7 de ago. de 2009

Pastor : Super-heroi ou homem?

Nestes dias da divinização do ser, ter o titulo de pastor tem sido um dilema muito grande, pois as prerrogativas deste ou daquele que se intitula o grande Homem de Deus, e que ele pode fazer coisas mirabolantes do tipo Liga do Avivamento.
Notavelmente alguns divinizam tudo e por serem pastores acham que estão acima de tudo e todos, são os melhores, os mais sábios, os mais inteligentes, os curadores, os mais cultos, os mais espirituais, ou seja, um Herói.
Lamentavelmente se ouve isso pelos meios radiofônicos, pregação televisa de cunho positivista, gerando até um mal-estar em muitos que estão a ouvi-la, pois a impressão que se tem e que quem está falando ali é o próprio Deus, e não um homem comum.
Usam-se, muitos exemplos de personagens bíblicos do Antigo Testamento, para cunharem suas mensagens positivistas, chegam a divinizá-los encobrindo seus defeitos e suas atitudes erradas; pegando somente o lado positivo destes personagens, que apesar de serem bíblicos eram homens comuns e sujeitos as mesmas paixões ou talvez piores que nós (Tiago 5.17).
A idéia de que um pastor é um super-herói, que tem poderes sobrenaturais, extraterrestres, fantasmagóricos, faz muitos se sentirem pequenos deuses, e há os que contribuem para a divinização pastoral, apostólica, e sei lá mais o que. Há os que se aproveitam dos menos favorecidos financeiramente, os que não tiveram oportunidade na vida de estudo, e se endeusam diante de tais.
Jesus disse que o bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, porem com essas divinizações do ser, é a pobre e malfadada ovelha que está dando a vida, e outras coisas mais que cometem esses tipos de semi-deuses, que estão perambulando por ai. Talvez por uma serie de fatores aquilo que chamamos de igreja está cada vez mais fragilizada e em muitos lugares perdendo seu credito e isso por que não estão sendo dirigidos pelo homem.
Como é comum espiritualizarmos tudo, achamos que quem dirige a instituição é o Espírito Santo, mas, se fosse Ele, não estaria esta desorganização que vemos em muitos lugares, divisões por simples capricho de homens, e o engraçado é que estes mesmos que se dizem especiais, super-poderosos, divinos etc.*, ai vê -se que estamos lidando apenas e simplesmente com homens, susceptíveis a erros, o problema não está em errar, está justamente em não reconhecer o erro, e continuar errando.
Apesar de pastores, somos homens comuns, com dificuldades, sujeitos a enfermidade, todos sem exceção esperando a morte, e não é por que somos frágeis humanos deixamos de ser notáveis homens de Deus.
Há algum tempo atrás li o escrito do Rev. Caio Fábio: O Privilegio de poder simplesmente dizer ta doendo, retratando que nós apesar de pastores, bispos, apóstolos ou sei lá o que, ficamos enfermos, perdemos compromissos importantes, não vamos todos os dias aos cultos, não visitamos todos os dias, não oramos todos os dias por pessoas enfermas, e principalmente não exercemos poderes sobrenaturais, mas que muitos se vestem de roupagem hipócrita, disfarçando sermos divinos.
Pastor tem sentimento, tem família, tem vontades, tem desejos proibidos, porque não somos super-heróis, somos homens naturais e humanos a quem vocacionalmente Deus chamou... Jesus não chamou só os melhores, no meio estava Judas, a quem chamou, e foi o traidor. O interessante é que Jesus não chama só os qualificados, qualifica os que são chamados, e nos diz que: no mundo terei aflições, mas que tenha bom animo.

N’Ele que chama homens , para exercerem o ministério ,
Marcos