25 de fev. de 2014

Costumes dos Samaritanos?

                                                                                                      
Já sabemos que doutrinas bíblicas não têm nada haver com usos e costumes.
Mas ainda tem muita gente ensinando equivocadamente costumes como regra doutrinaria o que no tempo presente é inaceitável. Embora a liderança da igreja saiba que não dá para comparar os primórdios da Assembléia de Deus no Brasil  dos idos de 1910 ao tempo presente, pois os costumes brasileiros de lá para cá mudaram muito. 
A mentalidade é outra, a igreja vive uma fase diferente, os membros estão atentos tanto secularmente quanto doutrinariamente, sabem perfeitamente o que é imposição humana e o que é posição doutrinaria e sabem que devem fazer tudo com moderação.
Existem alguns lideres das Assembléias de Deus que de forma presunçosa ainda acham que somos melhores, perfeitos, modelo para as demais denominações, quando sabemos que falta muito para melhorar nossa denominação. 
 Jargões na forma de eufemismo chamando outras denominações de “costumes de samaritanos”, da idéia de desprezo, de arrogância, de estarmos acima de tudo e todos. Ao passo que entoamos em nossa liturgia de culto vários corinhos advindos dos “samaritanos”, porque será? Imitação? Ou falta de capacidade para compor hinos! Prefere-se dizer que paulatinamente estamos a imitar e aceitar os costumes dos samaritanos. 
Vale lembrar que nossos púlpitos estão cheios de hinos triunfalistas, sem conteúdo e contexto bíblico algum, salvo uns e outros. Mas é mais fácil criticar do que olhar para nossos erros, e vermos que entre nós há muito que ser feito para melhorar.
O mal pode estar então em bater palmas; pura hipocrisia! Não fazemos para Deus como diz o Salmo 47.1 – “Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo”, por se tratar de um costume dos samaritanos, mas aplaudimos outras coisas muito menos relevantes, porem a bíblia fica para depois.
Temos regras, e isso é bom, pois a palavra de Deus diz para fazermos tudo com ordem e com decência, mas infelizmente não são aplicadas, por exemplo, na época eleitoreira, pode-se alterar a regra, e falar abertamente de política em cima do púlpito, que mal me pergunte isso também não é “costume de samaritano”?
Algumas coisas me deixam intrigado, pigode pode? Barba não! Porque é bode quem deixa a barba crescer, como se isso fosse regra para a salvação, Charles Haddon Spurgeon (Considerado por muitos “O príncipe dos pregadores”), suas fotografias denunciam que ele sempre está de barba, pobre Spurgeon, não se enquadraria em nossas regras! 
O que dizer então de nossa liturgia de culto? Carregada de grupos musicais, que por vezes geram conflito entre si por não aceitar pequena participação na liturgia, e quando não há intriga para ver quem se sai melhor. Os hinos nessa liturgia em sua grande maioria são dos chamados “samaritanos”, com pouquíssimo espaço de tempo para a palavra, depois os samaritanos é que são culpados. No lado oposto estão os “samaritanos” usam grande tempo para a Palavra, atentos a preleção (inclusive no púlpito) não ficam conversando o tempo todo como se estivessem numa feira livre tudo  isso vejo infelizmente em minha denominação e o mais desagradável de tudo é que alguns nem sequer participam das reuniões mais ficam com suas agendas nas mãos procurando compromissos.
Se caminhássemos em igualdade como alguns deles (samaritanos) confesso que estaríamos bem melhor do que estamos, pelos menos eles não tentam nos imitar, e sim nos que os imitamos então quem são os samaritanos? É verdade púlpito não é lugar para apresentador de auditório, nem tão pouco picadeiro de circo, só esqueceram-se de avisar alguns que os utilizam cheios de costumes, jargões de efeito, descontextualizado com a palavra de Deus, mas ninguém é irrepreensível, Paulo diz aos irmãos tessalonicenses: “Examinai tudo. Retende o bem”.
Será que os chamados “samaritanos”, são todas as outras denominações que não compactuam com a doutrina empregada pela Assembleia de Deus? Não tenho nada contra nossos irmãos tradicionais, mas se julgarmos todos como “samaritanos”, como ficam os pregadores tradicionais que estão nos nossos púlpitos ensinando, e com maestria, diga-se de passagem, pelos menos eu gosto de ouvi-los. Seriam então dois pesos e duas medidas na Assembleia de Deus.
É claro que precisamos voltar urgentemente ao altar da oração, da verdade, da sinceridade, não são homens que promovem conversões e avivamentos, sim o Espírito Santo é quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, é o Espírito que atua através da palavra no coração do homem. Shows, eventos, malabarismos teológicos, curas duvidosas e outras coisas não são parâmetros para a salvação, para salvação a palavra de Deus diz em Atos 4:12  que :em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.   
Acontecerá sim um verdadeiro avivamento quando deixarmos de lado a pompa e a hipocrisia que nos cerca e nos curvarmos em oração e mergulharmos na genuína raiz da palavra de Deus.
Que Deus nos guie através de seu Santo Espírito a compungirmos e rasgarmos os nossos corações, pois “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”.

n’Ele   

Marcos Serafim Silva

    








12 de fev. de 2014

Pastorear é uma arte.....

Pastorear é uma arte....


Pastorear é uma arte para bem poucos. A verdade é que muitos estão equivocados quanto ao ministério pastoral, pois, pastorear vai além de construir templos, reformá-los, trocar bancadas, colocar multimídia no templo, organizar festas, reuniões e afins.
Pastorear não é ficar anos a fio em um seminário (nada contra, pois fiz também) aprendendo fazer sermões, a praticar a homilia, hermenêutica e tantas outras matérias que por certo auxiliarão, mas via de regra é só teoria, pois a pratica  o verdadeiro exercício pastoral e bem outro.      
No dicionário de língua portuguesa o sentido figurado de pastorear é guiar, dirigir, governar.
Verdade seja dita, o verdadeiro pastor se preocupa em guiar seu rebanho mansamente a águas tranquilas e a pastos verdejantes, procurando defende-los e se for preciso de forma contundente. A muitos equivocados na função pastoral, pensando só porque vão ao templo todos os dias , sentam-se na maioria das vezes em cadeiras confortáveis e quase sempre ao centro , estão sempre ao microfone , alguns dizem até fazer clinica pastoral, mas desconhecem o verdadeiro significado de pastorar.
Quem quer seguir exemplo em pastorear que siga o exemplo de Jesus que teve um ministério pautado na compaixão, na cura, na confrontação, na exortação e além do mais disse que o bom pastor dá a vida, pelas suas ovelhas, pois as conhece pelo nome, sabe suas necessidades, dons, habilidades, é aquele que não tem medo de concorrências, mas sabe que foi o Sumo-Pastor que o fez galgar tal posição. Nos dias hodiernos o ministério pastoral mudou radicalmente; e já não se tem tempo de conhecer suas ovelhas que dirá conhecer suas necessidades e seu cotidiano, pois a única preocupação é com a agenda cheia de afazeres que julgam ser pastoral, mas está longe de o ser.     
Em l João temos alguns pontos práticos... Se nossos irmãos e irmãs estiverem necessitados, devemos socorrê-los de forma prática (3.16)... Nessa obra de pastorear precisamos aprender a dar nossas vidas, sacrificialmente, dar a nós mesmos, nossos recursos e nosso tempo, pelos irmãos.
Mas freqüentemente tenho descoberto, por observação, que a dimensão do pastorear a ser feito pelos anciãos nunca é realizado porque eles estão por demais envolvidos em fazer outros tipos de coisas que roubam seu tempo e energia, impedindo que se dêem realmente a esse pastorear geral que precisa ser feito.
 O profeta Jeremias escreve “e dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência.” Mas parece que alguns em função pastoral não entendem que apascentar é vigiar, doutrinar, deleitar, e a palavra que segue é com ciência, ou seja, conhecimento fundado sobre princípios certos, e com todas as faculdades intelectuais memória, imaginação, juízo, raciocínio, abstração e concepção; mas tem gente fazendo totalmente ao inverso dizendo estar pastoreando, me pergunto : Estão  pastoreando quem? E o que estão pastoreando?
O profeta Isaias no capitulo 56.10; 11 deixa uma séria advertência à aqueles que pastoram de forma desleixada: “Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados, e gostam do sono.
E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte”.
Infelizmente temos visto muitos pastores que já estão míopes espiritualmente, com sua ganância pelo poder, despóticos, nepotistas, gulosos (não por comida), mas por dinheiro, fama, com sede de serem ovacionados, idolatrados, perpetuados, amados, endeusados, e eternizados; querendo sentar-se nos primeiros lugares; porém esse modelo de pastorear é efêmero. 
O  apostolo São Paulo parecia estar vivendo em nossos dias, quando diz a seu filho Timóteo: "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos e profanos. Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te."
Isso vê freqüentemente, homens que na realidade estão em função pastoral, têm cara de pastor, usa terno, gravata (pra mim isso não serve de regra), fala eloqüentemente; voz entufada; passando imagem de perfeito, quando na realidade seus corações estão mais sujos que porcos; seus olhos são maus, suas mãos estão cheias de sangue; seus pés correm apressadamente para fazer o mal; seus ouvidos estão pruriginosos; sua boca os comentários mais sórdidos, sua língua ferina para difamar.... Mas ao mesmo tempo está usando-as para pregar a Palavra, mas que palavra?
Sinto pena de algumas igrejas que estão na mão de verdadeiros surripiadores.
Para tais olha o que diz o profeta Ezequiel 34:7-10: “Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto.” Que Deus nos ajude a entender que as ovelhas são a meninas de seus olhos.
Enfim , pastorear é entregar-se, doar-se , de alma verdadeira diante de Deus ao Seu rebanho, sabendo que a recompensa virá do mais altos céus. Se você não serve para servir não serve para ser servido.
Por isso , para mim pastorear é uma arte.....para bem poucos!

Em Cristo;

Pr. Marcos Serafim Silva