Reverendo Hernandes Dias Lopes
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A família está sendo atacada com rigor desmesurado por
aqueles que deveriam protegê-la. Os legisladores, os governantes, os
magistrados, a imprensa, a mídia, a academia, os formadores de opinião, em vem
de fazer uma cruzada em favor da família, muitas vezes, drapejam suas bandeiras
contra ela. Querem desconstruí-la. Querem acabar com o gênero. Querem confundir
os papéis. Querem jogá-la na região cinzenta do relativismo absoluto. Querem
zombar da honra e aplaudir o vício. É lamentável que aqueles que legislam,
governam e julgam, não raro, não manifestam qualquer compromisso com os
castiços valores cristãos que forjaram, guiaram e protegeram a família ao longo
dos séculos. Destruir os fundamentos da família, entretanto, provoca um colapso
na própria sociedade. Lutar contra a família, como legítima instituição divina,
é conspirar contra nós mesmos, é declarar uma guerra insana para a nossa
própria destruição.
Destaco aqui três pontos para nossa reflexão.
Em primeiro lugar, a família é nosso maior patrimônio porque foi
instituída por Deus para o nosso maior bem e a nossa mais plena felicidade. A família é ideia de Deus. Nasceu no
coração de Deus, no céu, na eternidade. O mesmo Deus que instituiu a família,
estabeleceu princípios para governá-la. Deus criou o homem e a mulher,
instituiu o casamento e uniu-os numa relação de plena comunhão emocional,
espiritual e física. O casamento, segundo o preceito de Deus, é heterossexual,
monogâmico, monossomático e indissolúvel. Consequentemente, a relação entre
homem e homem, entre mulher e mulher está em aberta oposição aos preceitos
divinos. No casamento deve prevalecer o amor e a fidelidade, a fim de que a
intimidade física seja desfrutada com pureza e deleite. Só dentro dessa perspectiva,
a família pode cumprir seu desiderato, e dar ao mundo uma descendência santa.
Em segundo lugar, a família é nosso maior patrimônio porque é
guiada por Deus para cumprir sua vocação no mundo. A família tem o papel de criar filhos
no temor de Deus, para cumprir no mundo seu mandato cultural e espiritual.
Mesmo vivendo numa sociedade decadente, a família deve ser governada pela
santidade. Mesmo vivendo numa cultura de relativismo, a família precisa viver
dentro das balizas da verdade absoluta. Nossos filhos são herança de Deus e
devem merecer nossa maior atenção. Os filhos são como flechas na mão do
guerreiro. Os pais carregam os filhos e depois os lançam para longe, na direção
do projeto de Deus. Nossos filhos devem cumprir o plano de Deus e serem vasos de
honra nas mãos do Altíssimo. Nossos filhos devem ser reparadores de brechas e
portadores de boas novas de salvação. Devem contribuir decisivamente na
construção de uma sociedade mais humana, mais justa e mais solidária.
Em terceiro lugar, a família é nosso maior patrimônio, porque é um
presente de Deus que devemos cuidar com o máximo desvelo. Seria uma consumada insensatez
gastarmos nosso tempo correndo atrás de coisas, relegando nossa família a um
plano secundário. Nenhum sucesso compensa o fracasso da família. Construir o
sucesso pessoal sobre os escombros da família é loucura. A vitória sem a
valorização da família tem sabor amargo. Devemos dedicar o melhor do nosso
tempo e o melhor dos nossos recursos na formação espiritual, moral e
intelectual da família. Investir na família é investir em nós mesmos. Semear
nesse canteiro fértil é a garantia de uma abundante colheita. Quando a família
vai bem, a igreja é edificada. Quando a família vai bem, a Pátria é
bem-aventurada. Quando a família vai bem, os céus se alegram com a terra.
Quando a família vai bem, todos, irmanados, caminhamos rumo à bem-aventurança!
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