Quem foi o personagem que
varou séculos, agora milênios, como referência humana e encarnação do Divino?
O que há de especial com o
filho de uma camponesa, noiva de um carpinteiro? Esse homem só saiu da
obscuridade aos trinta anos, não deixou uma só linha escrita para a
posteridade. Sua mensagem, entretanto, foi tão excelente que ao vivê-la, homens
e mulheres escapam da mediocridade.
Quem na verdade foi aquele
andarilho judeu que viajou pela Palestina visitando leprosos em sepulcros,
acolhendo crianças nas praças e se detendo diante do clamor dos mendigos?
Quem foi o estudioso da Torá
que ousou relativizar a letra da lei para perdoar uma mulher acusada de
adultério? De onde veio sua coragem de se incompatibilizar com a elite
religiosa que dominava o templo? Por que ele não se acovardou diante do rei
marionetado pelo império, a quem chamou de raposa?
O que o tornou inspiração de
pescadores, a maioria iletrados e pobres? Como ele se notabilizou como o alento
dos escravos, a estrela da manhã dos marginalizados e a âncora dos
escorraçados? Por que ele se mostrou dócil com os pecadores e implacável com os
religiosos?
Quem era ele, de verdade?
Tais perguntas varam o tempo,
intrigam os historiadores, confundem os filósofos, perturbam as mentes mais
críticas.
No requinte do pensamento de
Rousseau, ele deveria ter sido desmascarado como mera idealização do messias
esperado pelos judeus. Na acidez do niilismo de Nietzsche, ele merecia jazer na
prateleira dos falsos ídolos, que nascem da carência humana de criar muletas.
Na pena odiosa dos neo-ateus, ele não passa de um homem perturbado com suas
alucinações.
As questões insistem. O que
faz com que ele continue amado por milhões? Tema da canção de ninar sussurrada
pela mãe quando embala o filho. Argumento que anima o dependente químico a sair
do vício. Anseio nos lábios do favelado da Índia, na canção do negro dos
Estados Unidos, no grito de liberdade do imigrante fatigado.
Ele é Jesus, o nazareno, o
filho do homem, o amigo dos pecadores, a pedra de esquina, o cordeiro.
Na antiguidade, várias
religiões contaram lendas e transmitiram mitos sobre a visita de algum Deus.
Quando se tomou conhecimento que o Verbo se fazia carne e que Deus nascia entre
homens e mulheres, a história não era inédita. Babilônicos, gregos e romanos
tinham versões semelhantes.
Jesus, entretanto, contradisse
os precedentes históricos por sua pobreza. Ele não veio Titã, herói. Seu
nascimento se deu em meio à dúvida e inquietações de seu próprio pai. José,
temeroso e incrédulo, precisou que um anjo o ajudasse a aceitar o ineditismo da
situação.
Deus chorou numa noite
qualquer, que jamais conseguiremos cravar no calendário. Apenas um punhado de
pastores notou seu berço numa manjedoura.
Na infância, Jesus foi exilado
no Egito. Em algum campo de refugiados, certamente sem água e com um mínimo de
comida, o menino sofreu como qualquer um. Depois, passou a maior parte de sua
existência no mais absoluto anonimato. Na vida, partilhou o cotidiano penoso de
seus conterrâneos. Sem precisar ostentar força, enfrentou as agruras de uma
sociedade injusta sem se valer de poderes sobrenaturais. Ele não nasceu
sabendo, mas aprendeu no que sofreu.
Deus se fez gente não para se
impor, não para se exibir, não para reivindicar nada, não para coagir. Ele
participou de nossa humanidade como um igual. Em nosso ambiente, conviveu tanto
com nossa dor como com nossa alegria.
Deus abriu mão das epifanias
espetaculares. Entre nós, não quis reivindicar uma religião superior, mas
construir seu tabernáculo no coração das pessoas. Ele entrou na história para
que saibamos: antes de buscarmos a Deus, ele nos busca primeiro.
Ele instruiu seus seguidores a
não adorá-lo, apenas imitá-lo. Eles não precisam colocá-lo em um pedestal, mas
percebê-lo no rosto de que tem fome, sede, e está nu.
Quando Deus desejou falar
conosco, fez-se gente. Jesus é a metáfora divina que se humanizou, a poesia
celestial que se vertebrou, o verso deslumbrante que se adensou e a música
delicada que se encarnou. Agora podemos tratar Deus como Emanuel – aquele que
está conosco.
Soli Deo Gloria
FONTE : http://betesda.com.br/quem-e-ele-2/
Um comentário:
Olá Pr. Marcos Serafim, Graça e Paz...
Falar do Senhor Jesus Cristo, é algo tão maravilhoso, que nos falta palavras para descreve-lo com precisão.
Do que falaremos; da sua humanidade: Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei (Gl4:4). Ou falaremos da sua Divindade:O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: Tudo foi criado por ele e para ele.(Cl-1:15,16). Glórias sejam dadas ao seu Santo Nome. Amém!!!
Maravilhoso texto, Deus abençoe a sua vida, família e ministério, em nome de Cristo Jesus......
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