Por Luís Montanini |
A igreja talvez seja hoje o único exército do
mundo cujos soldados não voltam para buscar seus feridos no campo de batalha.
Ao contrário, substitui-os rapidamente no batalhão
e segue em frente, esquecendo-se que muitos soldados de valor ficaram à beira
da morte pelas trincheiras.
Caso o último censo do IBGE tivesse incluído
questão sobre o número de "desviados" no Brasil, o resultado seria
assustador.
Calcula-se que hoje existam no País entre 30
milhões e 40 milhões de "desviados".
Por "desviados" entenda pessoas que um
dia tiveram seus nomes no rol de membros de algum grupo cristão, mas que hoje
estão à margem da vida da igreja.
Estas pessoas - cuja boa parte povoa hospícios e
presídios, ou carrega saco às costas, vaga errante à beira de estradas - um dia
confessaram alegremente a Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor e no outro se
viram literalmente jogados na sarjeta espiritual.
Nesse contingente de desviados há casos para todo
tipo de pessoas. Do endurecido ao desprezado, do chafurdado na lama pelo engano
do pecado ao desesperado para sair dele, mas sem ninguém para estender a mão.
É desta classe de pessoas que trata esta edição.
De pessoas desesperadas por uma nova chance, mas sem ter a quem recorrer
porque, sabem, o único lugar onde encontrariam novamente a paz para suas almas
é a igreja, mas ali, pensam, há santos demais para admitir o retorno de um
filho pródigo como ele.
Afinal, com ou sem motivo, um dia foram expulsos
sumariamente. Seja porque inadvertidamente cortaram os longos cabelos ou caíram
em erros considerados "sem volta" por sua igreja, como o adultério.
Foram disciplinados, escrachados, alijados da
comunhão e, não raro, se excluíram ou foram excluídos. Como Satanás, foram
expulsos do paraíso. Como Caim, receberam uma mancha na testa e foram
condenados a andar errantes pelo mundo pelo resto de suas vidas miseráveis. O
problema é que em seus casos específicos, não foi Deus o autor do juízo
sumário.
Com tamanha carga sobre as costas, voltar é passo
difícil, em algumas situações, impossível.
- A própria igreja discrimina os desviados -
constata Sinfrônio Jardim Neto, líder do ministério Jesus não Desistiu de Você,
de Belo Horizonte, dedicado à restauração da vida dos desviados.
- A igreja vê o desviado como se fosse Judas
Iscariotes, que traiu a Deus e a igreja. E o trata como se fosse lixo que
precisa ser retirado daquele ambiente. Mal sabe que o desviado é como o ouro de
Deus que se perdeu na lama podre. “Está perdido na lama, mas ainda é ouro e
precisa de gente interessada, garimpeiros que estendam a mão e vasculhem até
encontrá-lo”.
Hoje a maioria das igrejas não possui qualquer
trabalho específico para trazer suas ovelhas desviadas de volta ao aprisco.
Ninguém pensa em deixar suas 99 ovelhas e sair atrás da centésima, extraviada.
Sinfrônio Jardim também tem explicação para esse
fenômeno. Afirma que na visão expansionista de muitas igrejas hoje é pouco
lucrativo deixar 99 ovelhas e sair por lugares ermos atrás de uma ovelhinha
extraviada que nem sabe se está viva ou que talvez esteja tão ferida que não
tenha chance de sobreviver.
- Muitos acham que não vale a pena tamanho esforço, que vão perder tempo. E, para aliviar suas consciências, usam o argumento de que a pessoa já conhece a palavra.
- Muitos acham que não vale a pena tamanho esforço, que vão perder tempo. E, para aliviar suas consciências, usam o argumento de que a pessoa já conhece a palavra.
Outros chegam a usar versos bíblicos para
justificar o esquecimento. "Saíram de nós porque não eram dos
nossos..." é um dos mais recitados.
A falta de visão de restauração descrita por toda
a bíblia é ignorada nesses casos.
"Buscar ovelhas perdidas é visão antipática
em muitas igrejas", lembra Sinfrônio Jardim. "Isto porque quando o
membro sai, geralmente sai falando mal da igreja ou do pastor.
Acaba ficando mal visto dentro da própria igreja
que, em vez de amá-lo e perdoá-lo, passa a tratá-lo como ovelha negra. Desta
forma, quando alguém se dispõe a ir atrás dessa ovelha perdida, torna-se também
impopular e corre o risco de ser também mal visto. “E poucos estão dispostos a
isto”.
Um desvio monstruoso
• Há hoje, apenas no Brasil, entre trinta e quarenta milhões de pessoas que um dia freqüentaram alguma igreja evangélica.
• Uma igreja de dez anos, que manteve média de duzentos membros, viu passar, por seu rol, o dobro desse número. Isto é, quatrocentas pessoas que passaram por essa igreja estão desviadas hoje.
• A porcentagem de desviados que retorna à igreja não passa de 10% no Brasil.
• Entre 60% e 70% dos desviados, estes não receberam qualquer visita de líderes ou membros quando decidiram sair da igreja.
• Entre 40% e 30% receberam de uma a três visitas, que se revelaram, na maioria das vezes, de cobrança ou condenação.
• Hospícios e presídios são os lugares de destino de boa parte dos desviados.
• De cada dez andarilhos, três deles freqüentaram alguma igreja um dia.
• A maioria dos desviados (acima de 50%) é afetada pelo ressentimento com sua liderança
• Há hoje, apenas no Brasil, entre trinta e quarenta milhões de pessoas que um dia freqüentaram alguma igreja evangélica.
• Uma igreja de dez anos, que manteve média de duzentos membros, viu passar, por seu rol, o dobro desse número. Isto é, quatrocentas pessoas que passaram por essa igreja estão desviadas hoje.
• A porcentagem de desviados que retorna à igreja não passa de 10% no Brasil.
• Entre 60% e 70% dos desviados, estes não receberam qualquer visita de líderes ou membros quando decidiram sair da igreja.
• Entre 40% e 30% receberam de uma a três visitas, que se revelaram, na maioria das vezes, de cobrança ou condenação.
• Hospícios e presídios são os lugares de destino de boa parte dos desviados.
• De cada dez andarilhos, três deles freqüentaram alguma igreja um dia.
• A maioria dos desviados (acima de 50%) é afetada pelo ressentimento com sua liderança
Pensemos
nisto !
Marcos Serafim Silva
Fonte : http://www.montesiao.pro.br/estudos/evangelismo/crentesferidos.html
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