19 de mar. de 2009

Palavras da Cruz



“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”. (1 Corintios 1.18)

Sem duvida nenhuma, as palavras de Jesus Cristo impactaram a época em que viveu e continuará impactando através dos séculos.
Suas palavras eram simples, usava geralmente parábolas, histórias extraídas da vida cotidiana dos judeus para que pudesse atingir o nível cultural do povo a que se destinavam e era delas que Jesus Cristo fazia suas analogias e passava suas mensagens.
Em sua caminhada rumo à cruz proferiu grandes sermões, como o conhecido “Sermão do Monte”, contendo ensinamentos para a transparência da vida cristã, repreendeu seus discípulos para lhes tornarem melhores, deu exemplo de humildade ao lavar os pés de seus discípulos, demonstrou-nos carinho que tinha pelos pecadores ao entrar e pousar na casa de Zaqueu, um publicano, enfim grandes demonstrações de carinho, afeto, cordialidade, compreensão, paciência, ternura até mesmos nos momentos de grande aflição.
Sua tribuna muitas vezes era um barco a beira do lago de Tiberíades , e muitos iam para ouvir suas meigas palavras pois produziam vida. Não quis a fama, ao invés, corria dela, mas por causa de seus milagres era inevitável, provocando a ira dos religiosos da sua época.
Viveu momento dócil, sempre submisso à vontade do Pai, como deixou-nos exemplo na “Oração do Pai Nosso”, pois sabia que não seria fácil suportar a cruz, como no horto do Getsâmani, em seu no relato com precisão clinica de Lucas diz que seu suor se transforma em gotas (hematidrose) sentindo a agonia da morte faz um pedido ao Pai: “Passa de mim este cálice”. Viveu momento difícil como a traição de Judas Iscariotes sabendo da importante missão: A cruz.
Percorre a Via Dolorosa, rua da cidade velha de Jerusalém, que de acordo com a tradição foi por ela que Jesus carregou a Cruz seu terreno irregular dificultava sua caminhada rumo ao Calvário, neste trajeto já coroado, não com uma coroa de ouro, mas de espinhos, faz o trajeto da Via Dolorosa com o corpo dilacerado pelas chicotadas, produzindo verdadeiro espetáculo para aqueles que queriam vê-lo crucificado.
O momento crucial é o momento da crucificação, pois o carrasco sem piedade rasga-lhe as vestes, e pregam suas mãos e pés, erguem-no no madeiro, e Ele mesmo sentindo dores terríveis não abre sua boca, mas profere sua ultimas palavras não carregadas de ódio , mas palavras que demonstravam por que Ele era o Cristo, Jesus , Filho de Deus , vindo do Pai, estas palavras estão narradas nos Evangelhos mesmo estando em agonia da morte jamais pronunciou palavras de maldição , ao contrario se fez maldito por nós , como está escrito em Gálatas 3.13 : “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”
As suas ultimas palavras foram:
1- E dizia Jesus: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes. (Lucas 23.34)
Mesmo sofrendo a agrura da Cruz, fazendo esforço sobre – humano para proferir Perdoa-lhes, Cristo estava dizendo que, mesmo os que lhe haviam feito tamanhas atrocidades estavam absolvidos, naquele momento Jesus demonstrou profunda misericórdia para com aqueles que zombavam , cuspiram-lhe a face, e nos deixou uma lição tamanha, não importa o tamanho de nossos pecados, pois há sempre perdão.
Os Atos dos Apóstolos na fala do Apostolo Pedro: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.
Friedrich von Schiller disse “ A mais divina das vitórias é o perdão”.
2- E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. (Lucas 23.43).
Cristo disse tais palavras para um malfeitor que estava ao seu lado, essas palavras manifestam o grande poder de perdão contido na pessoa do meigo nazareno, mesmo sendo um malfeitor, Jesus não desprezou sua petição, mas disse: “Hoje estarás comigo no paraíso”. Há realmente poder nas palavras de Cristo, pois nem sequer deu tempo para o malfeitor, por exemplo, batizar-se em águas, mas Jesus se importou com o pedido do malfeitor: “Lembra-te de mim”. Cristo já não está mais na Cruz, mas continua lembrando-se de pecadores que a Ele clamam.

3- Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde àquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. (João 19.26,27)
A mãe, Maria acompanhou o sofrimento de seu filho, embora soubesse que o destino de Cristo era cruz, doía-lhe no coração ver seu filho, o mais velho, gerado em seu ventre de forma sobrenatural por obra e graça do Espírito Santo, crucificado sofrendo terríveis dores, talvez até quisesse acalentá-lo, enxugar-lhe o rosto, por certo chorava ao seu filho morrendo na rude cruz, para trazer reconciliação entre Deus e os homens.
De seus discípulos nem todos estavam presentes, Pedro negava-o, mas o discípulo amado estava ao pé da Cruz, vendo o sofrimento daquele que o ensinara a viver de maneira diferente em meio aos homens. João não o abandonou. Jesus neste momento de preocupação com carinho e afeto a aquele que cuidou dele enquanto palmilhava a terra santa em seu destino prioritário a Cruz.
Demonstra preocupação com o futuro de sua mãe pedindo ao discípulo amado que cuidasse dela, neste momento ele (o discípulo) a recebeu em sua casa.

4- E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Eram quase três horas da tarde Jesus brada e o texto diz que em alta voz, para quem está crucificado e quase sem forças esse grito é heróico, desafiador, a sua respiração está mais ampla e profunda e seus pulmões se esvaziam transfigurando-lhe o rosto.
O grito é em aramaico, Jesus utiliza a primeira frase do Salmo 22, como um pedido de socorro sem ser atendido, não creio que Deus lhe tenha abandonado, virado as costas, pois sabia que aquele momento teria que sofrer sozinho as agruras da cruz, para trazer salvação a humanidade perdida, da qual incluímos você e eu.
Cristo se entregou sacrificialmente como homem para todos os homens, o apóstolo São Paulo diz sobre esta questão: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5.8).

5- Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.
Ao meio dia no sol escaldante o meigo Nazareno tem sede, ele não bebe água desde a tarde anterior, seus lábios estão secos diz: Tenho sede, ao invés de água dão vinagre, os soldados lhe ofereceram vinho misturado com mirra, um tipo de vinagre. Esta bebida tinha efeito analgésico, amorteceria os efeitos da dor que Jesus estava sentindo. Ele preferiu sentir a dor porque sabia que você também sentiria dor.

6- disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, se entregou ao espírito.
Após grande sede Cristo profere a palavra que dará cunho ao cristianismo, disse: “Está consumado.” Esta palavra em grego é Tetelestai. Tetelestai era o registro legalmente reconhecido de que está pago. O Escravo foi comprado e jamais alguém poderá cobrar novamente o seu preço.Durante o primeiro século, era prática comum pregar o documento de acusação de um preso na porta da sua cela. Os crimes de que era acusado e o castigo que lhe tinha sido imposto, estavam descritos nesse documento. Depois de o preso ter cumprido a sentença, o documento era retirado da porta, e cancelado pela aposição da palavra tetelestai – (cumprida na totalidade). O referido documento era-lhe então entregue, e ninguém podia jamais acusá-lo dos mesmos crimes. Quando Jesus disse a palavra “consumada”, significava “a dívida está quitada”! A nossa divida estava paga, por Ele eu e você não devíamos mais nada Paulo aos Colossenses 2. 13 , declara : “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”.

7- E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.
Cristo antes morrer entrega seu espírito ao Pai, sabendo perfeitamente que Deus o ressuscitaria dentre os mortos, lhe daria um nome sobre todo o nome, a morte foi tragada na vitória, este versículo expressa sua intensa confiança no Pai.
Sua morte trouxe vida, vida em abundancia e todos quantos se chegarem a Cristo através da Cruz. Somos salvos mediante a graça: Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens.
Por mais indigno pecador que somos a cruz nos reconciliou com Deus: E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação;
E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.(Colossenses 1.20). O preço já foi pago, não há mais necessidade de pagamento com sangue de qualquer homem ou animal.
Jesus se fez maldito por mim e por ti. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos. (Atos 4.12)


Calvário a expressão máxima do amor de Deus

Em Cristo Sola Gratia et Sola Fide Marcos