11 de jul. de 2014

Sete erros que um líder não pode cometer

POR PASTOR JOSUÉ GONÇALVES
PERMITIR QUE OS APLAUSOS DO SUCESSO O IMPEÇA DE CONTINUAR OUVINDO A VOZ DE DEUS. (Ap 3.14-22)
Quando o líder perde a sensibilidade para ouvir a voz de Deus, a tendência é se tornar um "profissional do púlpito" disfarçando uma espiritualidade e santidade que não tem. O orgulho provocou essa surdes no líder da igreja de Laodicéia (Ap 3). O orgulho é como uma infecção no ouvido do coração.

DEIXAR DE PRESTAR CONTAS (Hb 13.17).
Nada é mais perigoso do que viver sem ser supervisionado. Uma vida não supervisionada não é vivida com responsabilidade. A prestação de contas protege a integridade do líder. Lideres que prestam contas, vivem de forma responsável diante de Deus e dos homens.

PENSAR QUE A VIDA É FEITA SÓ DE TRABALHO (Mc 6.31).
O ativismo é um aplacador de consciência. Lembre-se, uma mente cansada não produz com qualidade e se torna vulnerável diante dos ataques do maligno. A principal causa do excesso de trabalho do líder, é a falta de limites. Quem nunca diz "não",  entrega o controle de sua vida nas mãos dos outros, paga divina que não fez e se torna um escravo da sua insensatez. O líder não deve sacrificar o importante no altar do urgente. Tire ferias, respeite o principio da "pausa", do "sábado".

QUERER LIDERAR OS OUTROS SEM SER LIDER DE SI MESMO (1 Tm 4.16).
O apostolo Paulo disse a Timóteo, "Tem cuidado de si mesmo...". Antes de liderar os outros, o líder deve ser líder de si mesmo, e isto tem a ver com domínio próprio sobre os impulsos, desejos, temperamento, emoções etc. Nenhum homem é livre se não aprendeu a governar a si mesmo.

PENSAR QUE É POSSÍVEL FLETAR COM O PECADO E SAIR ILESO (2 Tm 2.22).
Sansão brincou de se deixar amarrar, amarrado ficou. Todos os lideres que conheço que brincaram com o pecado, saíram manchados, queimados, empobrecidos e vencidos. Gosto da frase do meu amigo pr Altomir: "Quem não quer perder para o pecado, não sobe no ringue para competir com ele." Lemnre-se, o pecado sempre te levará para mais longe do que você imagina, cobrará um preço mais alto do que você esta disposto a pagar. Não flerte com o pecado.

PASTOREAR A IGREJA E NÃO PASTOREAR A FAMÍLIA (1 Tm 3.12)
A liderança de um pastor é aprovada ou reprovada dentro da sua própria casa. O apóstolo Paulo foi radical quanto a isso quando disse, o homem chamado e vocacionado precisa governar bem a sua própria casa para estar apto a dirigir a casa de Deus (1 Tm 3). Sem uma família estruturada, qualquer pastor tem sua liderança questionada.

NÃO LEVAR A SÉRIO O PRINCÍPIO DA HONRA (Ef 6.1,2).
A mesma honra que a Bíblica exige dos filhos em relação aos pais, é exigida na relação dos liderados e lideres. O produz a semente da honrar? Longevidade e prosperidade. Deus não tem prazer na vida de um líder que não pratica o principio da honra. Quem planta desonra, colhe vergonha.


8 de jul. de 2014

Quatro lições para uma vida familiar melhor

POR Roger C. Palms

Pastores podem ter um ministério eficaz e garantir um tempo de qualidade com suas famílias.

Há pouco tempo conheci um pastor cujo ministério é um programa de rádio para crianças. Por causa da transmissão do programa, ele recebe milhares de cartas – as quais precisa responder – e precisa manter o ministério na igreja, o que o obriga a trabalhar os sete dias da semana. Quando me contava sobre o sucesso de seu ministério com as crianças, eu lhe perguntei:
– Quanto tempo você passa com seus próprios filhos?
Ao que ele respondeu:
– Ora, não tenho tempo para isso, mas eles precisam entender que esse é o meu ministério.
Certa vez a esposa de um pastor me fez uma pergunta delicada:
– Será mesmo possível que Deus abençoe o ministério do meu marido?
Ela então me explicou porque fez tal pergunta. O seu marido é líder de uma igreja, ocupa uma posição de responsabilidade, é muito requisitado em círculos de liderança, e estava tão ocupado com as causas cristãs que julgou ser necessário mudar-se e morar longe da família. Sua mulher agora cria, sozinha, os filhos. Ela, em meio às lágrimas, me perguntou:
– Ele não deveria estar em casa conosco?
Essas duas conversas, junto com minha própria experiência pastoral, fez crescer dentro de mim uma preocupação com as famílias dos líderes de igrejas. Acredito que não dizemos o bastante para eles: "Suas famílias fazem parte de seus ministérios também".
Pensei a respeito disso à luz de minha própria família, e me dei conta de que é mais fácil evitar crises familiares fora do ministério da igreja do que dentro dele. E há motivos para isso.
Podemos ser tentados a construir, em nosso conceito de ministério da igreja, as próprias fraquezas que levam à destruição do casamento e da família. Muitos pastores fazem isso sem perceber. Aconteceu comigo, e por esse motivo, deixei o ministério.
Eu sentia a necessidade de provar que era um bom pastor. Eu ensinei, por meio das minhas atitudes e palavras, que a obra de Deus é também obra da igreja, e sempre tentava fazer um pouco mais. Consequentemente, estava sempre de plantão. Mesmo quando estava em casa, mentalmente era como se não estivesse. O telefone tocava e eu pulava para atender. Era só colocar minha gravata e eu estava "profissionalmente" pronto – e se um membro da igreja aparecesse e me encontrasse de calça jeans?
Em uma noite, pouco depois do jantar, um pastor aposentado de nossa comunidade me ligou e perguntou se eu gostaria de ir pescar com ele até o anoitecer. Eu tinha a intenção de fazer algumas ligações naquela noite, mas aquele homem era idoso e tinha problemas cardíacos. Ele só podia ir pescar se alguém fosse com ele para ajudá-lo a colocar o barco na água e ligar o motor. Como também gosto de pescar, concordei em ir com ele. Voltei para casa uma hora e meia depois.
Enquanto estava fora, um membro da congregação ligou e exigiu saber onde eu estava. Retornei a ligação assim que cheguei e descobri que se tratava de algo tão simples que poderia ter esperado. Mas essa pessoa espalhou a notícia de que o pastor nunca estava disponível, que estava sempre pescando. Por sentir esse tipo de pressão, passei a me esforçar mais ainda para provar que levava a sério o meu trabalho. O que acabou sendo uma armadilha, já que nunca conseguia fazer o bastante.
Tratava-se de um problema pessoal? Sim, mas vi ao longo de minha vida muitos ministros passarem por isso também. Alguns surtam mentalmente, outros resolvem mudar de vocação, e há ainda os que, por não estarem em casa construindo fortes laços familiares, cedem a outras pressões, como a tentação de iniciar um relacionamento com outra mulher.
Poucos pastores negligenciam o lar e a família porque querem; é algo que acontece lentamente, e isso se dá porque as pessoas – com quem esses homens possuem os relacionamentos mais íntimos – não são aquelas com quem eles dividem seu teto: são os membros de suas igrejas, já que eles permitem que o ministério tome todo o seu tempo.
Precisamos nos acalmar, relaxar e passar algum tempo com nossas famílias. Estamos fazendo um grande desserviço às nossas congregações quando não mostramos o quanto isso é importante para nós e para eles também. Se passarmos a impressão de que toda essa correria acontece porque estamos "sendo cristãos", eles podem até apreciar nosso trabalho, mas não saberão que temos uma responsabilidade com nossas famílias e que eles devem ter com as suas também. Não há mais ninguém que possa suprir as necessidades da minha mulher e dos meus filhos. Deus deu essa função a mim.
No presente momento, devido a minhas responsabilidades, passo quase um terço do ano viajando. Já ouvi a pergunta: "As viagens não tomam o tempo com sua família?" Para mim pessoalmente, é bastante tempo, mas minha família diz que não estou tão ausente agora quanto nos tempos em que era pastor, quando estava sempre trabalhando.
Agora, no entanto, é diferente. Quando estou em casa, estou realmente em casa. Apesar de ir ao escritório todos os dias, e algumas vezes até levar trabalho para casa à noite, consigo parar quando quero. Coloco uma roupa confortável, caminho pela casa, enfim, estou ali tanto fisicamente quanto mentalmente.
Conversando com líderes que enfrentaram esse problema "recorrente" no ministério e vendo como eles valorizam o tempo dedicado à família, aprendi lições bastante úteis:

1ª lição - Os pastores devem exigir tempo em casa. Conheço um pastor que é bastante específico em suas exigências.
Ele diz: "Limito meu tempo de trabalho a 50 horas por semana". Ele disse que, como pastor, gostaria de ter, no mínimo, três noites por semana em casa. "Se vou pregar para workaholics na minha congregação, preciso dar o exemplo com minha própria vida, pela maneira como administro meu tempo. Os pastores precisam prestar atenção em si mesmos e avaliar suas vidas".
Há pastores que falam a respeito das "necessidades da família", mas cujas famílias não recebem atenção. Eles querem tempo para eles, longe da família. E, algumas vezes, até mesmo usam a família como desculpa para trabalharem o mínimo possível. Mas a maioria dos pastores não são preguiçosos; trabalham duro. Desejam construir uma sólida vida familiar baseada no amor, e isso requer esforço.

2ª lição - Os pastores de uma comunidade precisam separar um tempo para falar a respeito das tentações sofridas por cada um deles: sociais, financeiras, sexuais.
Não se trata de uma atitude triunfalista, algo como "deixe-me contar como consegui", mas sim de dividir problemas que todos enfrentamos e explorar maneiras para vencê-los.
Um pastor que conheço afirmou:
– Existem seis pastores em nosso grupo, então podemos discutir nossas necessidades pessoais abertamente. Choramos e oramos juntos, e sei que, se enfrentar qualquer problema em minha família, posso contar com eles.
Um jovem pastor, que se preparava para partir com sua família para o campo missionário, disse:
– Temos amigos a quem recorrer quando precisamos de conselhos. Quando estávamos na faculdade, um de nossos professores nos disse certa vez: "Se for preciso escolher entre uma tarefa e sua família, fique com sua família". Nunca me esquecerei disso.

3ª lição - É necessário que se programe noites familiares na agenda da igreja, não para que as pessoas compareçam a algum evento, mas para que fiquem em casa ou saiam em família. As igrejas podem ajudar as famílias a ficarem juntas, a brincar, orar e conversar. Diversas coisas acontecem quando o tempo em família é programado e esperado. Para começar, as crianças sabem. Vi um pastor sorrir ao contar:
– Comprei minha primeira autorização para pesca porque meu filho queria que fôssemos pescar juntos.
Outro pastor, cujos filhos já estão crescidos, disse:
– Eu e minha esposa participamos de um grupo de coral juntos. É uma boa diversão para nós.
Alguns pastores agendam esse tempo em família em dias de eventos escolares para que possam comparecer com seus filhos. Outros fazem piqueniques ou passeios, mas sem a companhia de outros membros da igreja. O objetivo é a união da família, e não outra função da igreja.

4ª lição - As demandas da congregação e outras programações do ministério podem ser organizadas de modo que nem o pastor e nem os fiéis sejam obrigados a fazer todo o trabalho.
Alguns líderes admitem que nem sempre querem delegar trabalho – pois este é um escape. Um pastor confessou:
– Estava usando meu trabalho para evitar minha família. Quando as crianças me irritavam, eu dizia: "Bom, eu preciso dar alguns telefonemas". Isso era verdade; sempre havia ligações a serem feitas. Mas eu não estava sendo justo com minha família.
Os pastores geralmente passam a ficar mais tempo em casa quando se dão conta de que suas famílias são congregações dadas por Deus. Ouvi um pastor dizer:
– Preciso me lembrar constantemente que não sou indispensável, que não sou pessoalmente responsável pela salvação do mundo. Sou responsável por tocar as vidas daqueles à minha volta. Acredito que ser pastor não é tão diferente de ser pai. Servir, cuidar, ouvir e aconselhar é uma espécie de ministério tão importante quanto o aconselhamento pastoral.
Em uma noite de inverno, eu e meu filho colocamos nossos casacos e deitamos no quintal para observar as estrelas cadentes. Compartilhamos momentos de profunda admiração. Não ficamos lá fora por muito tempo por causa do frio, mas foi algo memorável. Nunca vou me esquecer; acredito que meu filho também não. Ao lembrar disso, no entanto, me dei conta de que, provavelmente, nunca teria feito isso quando trabalhava como pastor. Estaria ocupado em alguma reunião da igreja, ou dando telefonemas.
Cada um de nós pode fazer um bom trabalho no ministério e ainda ter tempo para a família. Um dia, estaremos diante de Deus e ouviremos as seguintes palavras: "Muito bem, servo bom e fiel". Ouviremos essas palavras não apenas porque servimos a igreja; as ouviremos também porque servimos àqueles que Deus colocou mais perto de nós – nossa família. Ela também faz parte de nosso ministério.

Roger C. Palms foi pastor, capelão universitário e editor da revista Decision, e escreveu 15 livros, dentre eles Celebrando a vida depois dos 50, publicado pela primeira vez no Brasil em 2000, pela editora Textus


Fonte:http://www.cristianismohoje.com.br/artigos/familia/pastores-podem-ter-um-ministerio-eficaz-e-garantir-um-tempo-de-qualidade-com-suas-familias

5 de jul. de 2014

Coragem: o segredo para uma vida vitoriosa

POR ELISETE MALAFAIA 
Quando um ser humano perde dinheiro, perdeu muito; quando perde um amigo, perdeu mais; mas, quando perde a coragem, perdeu tudo!

Para ter êxito na vida, o ser humano necessita desenvolver qualidades e atitudes especiais.

Uma pessoa que confia que Deus está no controle de seu viver desempenha bem qualquer tarefa designada pelo Senhor. Ela possui em alto grau a combatividade, que lhe confere resistência, coragem e determinação para romper barreiras que dificultem suas conquistas; irradia esperança, alegria e bom humor, contagiando aqueles com os quais convive.

Quem busca uma vida bem-sucedida segundo os princípios divinos mantém o equilíbrio, pois desenvolve o fruto do Espírito (Gl 5.22), está sempre pronto para ajudar e para dizer uma palavra amável, gestos apreciados pelos que o cercam.

Essa pessoa não permite que pensamentos negativos penetrem sua mente, assim como o apóstolo Paulo aconselhou em Filipenses 4.8. Paulo entendia o segredo de uma vida positiva. A semente começava em sua mente. Portanto, tenha cuidado com o que povoa seus pensamentos.

A atitude de uma pessoa frente às circunstâncias depende da maneira como ela as encara. É o que observamos em Provérbios 23.7: Assim como você pensa na sua alma, assim você é (adaptação da autora).

Veja em você uma pessoa escolhida, amada, valorizada e chamada por Deus para cumprir Seu desígnio na terra. Não se deixe abater pelas adversidades. Os obstáculos devem motivá-lo a lutar e acreditar em sua vitória.

Uma pessoa que crê em sua vitória tem no rosto um sorriso de otimismo. Seus lábios não pronunciam palavras de derrota. Em Provérbios 18.21 está escrito: A vida e a morte estão no poder das palavras (adaptação da autora). Que a sua boca seja um canal para profetizar as promessas de Deus. Quem confia no Senhor mantém o espírito tranquilo, animado, e não é egoísta. A confiança em Cristo reflete a determinação nos propósitos.

Porém, há pessoas que não têm esperança. Consideram que a vida tem mais derrotas do que vitórias. Para elas, saúde é exceção, e doença é coisa normal. Pior, essas atitudes são repetidas dentro das famílias, e, infelizmente, algumas não querem mudanças. Desejam segurança espiritual, emocional, física e material, mas não lutam para conquistá-la.

O ser humano deve compreender que o seu destino está em suas mãos. Independente de ter sido ou não o responsável pelas suas derrotas no passado, faça como o apóstolo Paulo: esqueça o passado, prossiga para o alvo (Fp 3.14 adaptação da autora). Seja persistente, corajoso, e tome decisões que o levem a uma vida melhor.

Para se sentir realizado nas áreas espiritual, emocional, física e material, é fundamental ter coragem para dizer não à mentira, à inveja, ao egoísmo, à preguiça, ao desânimo, à incredulidade, à falsidade, à falta de perdão, à prostituição, ao adultério, ao legalismo, ao mau exemplo, ao ciúme; coragem para admitir erros, aceitar críticas construtivas e adotar novos métodos de conduzir a vida, desfazendo-se de hábitos nocivos. É preciso ter coragem para aprender a relacionar-se e ser quem você é, não quem gostaria de ser.


Seja uma pessoa corajosa. Deus não nos tem dado o espírito de covardia, mas de poder, amor e de equilíbrio (2 Tm 1.7 adaptação da autora).

4 de jul. de 2014

Sexting

Por Ivana Alves



Pelo que também Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si (Romanos 1.24).

Atentado violento ao pudor, prostituição, crime de pornografia, seja lá o nome que se possa dar, uma nova prática vem ganhando milhares de adeptos em todo o mundo, inclusive no Brasil: é o chamado Sexting, combinação das palavras "sex", sexo, e "texting", que designa a troca de mensagens de texto via celular. 

Moças (em sua maioria) e rapazes estão, cada vez mais, embarcando no terrível engano de enviar por meios eletrônicos (como smartphones ou computadores), fotos em que estão nus ou seminus para os namorados ou alguém em que estejam interessados sexualmente. 

O que leva os adolescentes e jovens, incluindo evangélicos, infelizmente, a agirem dessa maneira? O que realmente está por trás dessa nova forma de relacionamento? Seria essa uma maneira de expressarem a sua sexualidade sem que houvesse contato físico, para que apenas a pessoa que realmente importa para eles os visse? Seria uma maneira de revelar seus atributos físicos para estimular o outro a buscar um relacionamento de intimidade e confiança com eles? O que se passa na mente dos jovens para dar lugar a esse comportamento?

Talvez possamos dizer que a culpa é da pós-modernidade e das múltiplas possibilidades trazidas por ela, no que tange à extensão da capacidade de realização do homem. A internet, por exemplo, encurtou barreiras geográficas e aproximou pessoas, mas também tornou as relações mais voláteis. Em vez de produzirem realização, produzem relacionamentos momentâneos, superficiais e frágeis. 

Ao lermos a Bíblia Sagrada, chegaremos à conclusão de que esse não é um assunto novo. Embora as novas tecnologias de informação e comunicação tenham decretado a morte da distância e ajudado a trazer um novo “pano de fundo” para o assunto, a situação não é nova. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, no capítulo 1, fala sobre a depravação dos gentios. Esse comportamento em nada difere do que testemunhamos hoje.

Muitos podem pensar que o Sexting é apenas uma espécie de flerte; algo inofensivo, pois teria apenas como objetivo atrair a atenção do sexo oposto pelos dotes físicos de quem envia a foto ou mensagem. Nisso, porém, reside um grande engano: além de promoção da pornografia, essa nova modalidade high tech de publicidade sexual tem contribuído para disseminar outra prática igualmente nefasta: a pedofilia, já que muitos dos que estão sendo enredados por esta prática são menores de idade. 

A verdade é que o homem sem Deus perde o referencial de justiça. Daí, o que passa a reger o seu coração é a lei do pecado e da morte, na qual um abismo chama outro abismo, e o resultado é que o homem se vê num buraco sem fundo e sem saída.

Como podemos interpretar a mensagem que esses adolescentes e jovens estão enviando ao postarem fotos de seus corpos nus na prática do Sexting? Parece um apelo. Um pedido surdo de ajuda. Querem ser amados, vistos. Ao exporem seu corpo para ser desejado pelo outro, parece que anseiam ouvir como resposta que eles têm algum valor, que são importantes, queridos. Mentira. Ilusão. Engano! O resultado tem sido que muitos jovens acabam sofrendo o chamado cyber bullying, pois sua imagem por vezes é divulgada e compartilhada nas redes sociais, servindo de escárnio, motivo de chacota e comentários depreciativos. 

Na web, não raro, perde-se o controle do material postado. E o que pode acontecer? É importante saber que hoje as redes sociais funcionam como uma espécie de currículo, no qual seu futuro empregador, seu futuro marido (a quem você poderá, com a bênção de Deus, revelar os segredos do seu corpo) ou quem sabe, seus filhos, poderão ver seu histórico de vida. 

Sabemos de vários casos de suicídio, causado pelo fato de a vítima, ao ser exposta, não suportar o peso da vergonha da exposição, ou ainda, na outra ponta, a prisão pela divulgação de imagens pornográficas.

O que diferencia o ser humano dos animais é a fala, a inteligência, a razão, porém estamos vendo um homem agindo em busca da satisfação de “instintos” cada vez mais primitivos. Ele tem agido com base em uma crença de pseudoliberdade, buscando a liberação de valores, referenciais e culturais (“efeito colateral” da globalização). Esse ser humano perdeu sua identidade e agora pretende ser o que quiser, sem saber ao certo o quê... No que diz respeito à sua sexualidade, ele tem demonstrado não se importar com o que Deus determinou em relação a ser homem ou mulher. Para ele, tudo o que existe é orientação sexual, e o que importa é a busca pelo prazer. 

A essa moça ou esse moço, entregue a si mesmo, sem limites, sem regras, acrítico, não regido por leis divinas (nem humanas), mas pela lei do pecado, revelando um comportamento delirante, psicotizante, no qual o que importa é o querer e basta querer que, certamente, haverá um “kit” de um novo ser no mercado para vender, uma advertência: o preço dessa prática que você julga aparentemente inocente pode custar-lhe um preço muito alto. Cuidado!

Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará 
(Salmo 101.3).


A autora é psicóloga, pós-graduada em Docência do Ensino Superior, formada em Teologia, palestrante e professora de Escola Dominical de adolescentes na Assembleia de Deus Vitória em Cristo

3 de jul. de 2014

A missão de plantar igrejas

Por Ronaldo Lidório 
O apóstolo Paulo, mais do que qualquer outro, observou a necessidade de não apenas evangelizar, mas plantar igrejas locais que vivam Cristo e falem do Seu Nome. Paulo usa as expressões plantar (1 Co 3.6-9; 9.7,10,11),lançar alicerces (Rm 1.20, 1 Co 3.10) e dar a luz (1 Co 4.15) ao se referir ao plantio de igrejas.
É da natureza da igreja se multiplicar. O próprio termo usado para igrejano Novo Testamento – ekklesia – é composto pela preposição ek (para fora de) e a raiz kaleo (chamar) que, literalmente, poderia ser traduzido por chamada para fora de. Portanto, a própria terminologia nos conduz à figura de uma comunidade dinâmica, local, multiplicadora e além fronteiras.
É importante entendermos que não há forma mais duradoura de se estabelecer o Evangelho em um bairro, cidade, clã ou tribo do que plantando uma igreja local que seja bíblica, viva, contextualizada e missionária.

O plantio de igrejas se define pelo poder de Deus

A igreja plantada mais rapidamente em todo o Novo Testamento foi iniciada por Paulo em Tessalônica. Ali, o apóstolo pregava a Palavra aos sábados nas sinagogas e, durante a semana, na praça. Assim ele fez por três semanas até nascer uma igreja (At 17.2). Em 1 Ts 1.5, Paulo diz que o Evangelho não chegara até eles tão somente em palavra (logia, palavra humana), mas, sobretudo em poder (dynamis, poder de Deus), no Espírito Santo e em plena convicção (pleroforia, convicção de que estamos na vontade de Deus).
poder de Deus manifesta o próprio Deus e Sua vontade. Sem o poder de Deus, não há transformação de vida ou sociedade, a Palavra não é compreendida, e todo o esforço para plantar igrejas é reduzido a formulações estratégicas de ajuntamento e convencimento.
Espírito Santo é o segundo elemento relatado por Paulo no plantar da igreja em Tessalônica. Sua função é clara na conversão do homem conduzindo-o à convicção de que ele é pecador e está perdido; despertando neste homem a sede pelo Evangelho e atraindo-o a Jesus. Sem o Espírito Santo podemos compreender que somos moralmente imperfeitos (pecadores), mas somente o Espírito Santo nos dá convicção de que estamos perdidos e necessitamos de Deus. Sem a sua ação, a evangelização não passaria de proposta humana, explicações espirituais, palavras lançadas ao vento, sem público, sem conversões, sem atração a Cristo.
clara convicção é o terceiro elemento listado por Paulo no plantar da igreja em Tessalônica. Trata da certeza de que estamos no lugar certo fazendo a vontade de Deus, a despeito dos desafios, críticas e até mesmo falta de resultados visíveis. No plantio de igrejas, portanto, parece-me que toda a ação vem do Alto. Quanto a nós, cabe-nos assegurar que estamos no lugar certo, na hora certa, fazendo a vontade do Eterno.

O plantio de igrejas se define pela fidelidade ao Senhor

A comunicação do Evangelho jamais deve ser definida por meio daquilo que funciona, mas pelo que é bíblico (1 Ts 1.5). No plantio de igrejas, o que é bíblico não significa necessariamente grandes resultados em termos de crescimento e números.
Se observarmos os grandes movimentos de plantio de igrejas no mundo hoje, descobriremos alguns processos antibíblicos que aparecerão dentre os dez primeiros – se utilizarmos o critério de crescimento numérico e influência geográfica. A igreja do Espírito Santo em Gana, por exemplo, é um movimento de plantio de igrejas que se desenvolve rapidamente no sul daquele país e agora envia obreiros para além fronteiras com grandes resultados de multiplicação. Lembro-me que, alguns anos atrás, seu fundador escreveu uma carta para as instituições cristãs no país, convidando-as para o dia de inauguração daquele ministério e, ao fim, declarou ser, ele mesmo, a encarnação do Espírito Santo na terra. Hoje, esse é um grande e rápido movimento missionário, espalhando influência em diversos países. Nem tudo o que funciona é bíblico.
Precisamos, então, definir nosso compromisso. Somos comprometidos com Deus e Sua Revelação e não com homens ou estratégias de crescimento incompatíveis com o Senhor. Não temos a permissão de Deus para manipular os homens ou criar atalhos na proclamação do Evangelho. O plantio de igrejas, portanto, não pode se definir pelos resultados visíveis, mas sim pela obediência e fidelidade ao Senhor.
Devemos, porém, cuidar para também não sermos tomados por um orgulho anticrescimento, como se o número reduzido de convertidos no processo evangelístico com o qual estamos envolvidos fosse evidência de que, ao contrário de outros, somos bíblicos. Essa compreensão é, também, fruto de soberba e, não raramente, incoerência com os fundamentos práticos e bíblicos da evangelização. Ocorre quando falta amor pelos perdidos, disposição para a evangelização, consciência missionária e obediência às Escrituras. 

O plantio de igrejas se define pela proclamação do Evangelho

O ponto mais relevante ao lidar com a praxis do plantio de igrejas não é quão capacitado você está para pregar o Evangelho, mas o quanto você o faz (Ef 1.13). Igrejas nascem onde a Palavra de Deus operou poderosamente, o que enfatiza a importância essencial da proclamação do Evangelho no processo de plantar igrejas.
Conversando com um recém-convertido no Peru, onde havia uma boa equipe missionária com o alvo de plantar igrejas, perguntei por que as pessoas não estavam vindo para Cristo, especialmente tendo em mente um número expressivo de missionários trabalhando durante um longo período. Rapidamente ele respondeu: "Creio que é porque as pessoas não ouvem o Evangelho". Então percebi que, apesar da excelente liderança presente, bom sistema de comunicação por satélite, obrigatoriedade de relatórios trimestrais e uma ótima estrutura de cuidado pastoral, a equipe missionária simplesmente não falava de Jesus. Como ouvirão se não há quem pregue? (Rm 10.14).

Um alvo, diferentes estratégias

Pensemos na estratégia de Paulo para plantar igrejas. Em Antioquia da Pisídia, ele iniciou o evangelismo a partir da sinagoga, pregando aos judeus. Eles ficaram tão impressionados que convidaram os missionários a voltarem na outra semana (At 13.13-48). Em Icônio, a mensagem comunicada na sinagoga não convenceu a maioria. Paulo e Barnabé foram, então, usados por Deus, manifestando sua graça através de milagres e maravilhas (At 14.1-4). Em Listra, não há referência de Paulo pregando na sinagoga. Usado por Deus para a cura de um homem, Paulo fez desse momento uma ponte para pregar o Evangelho a toda uma multidão (At 14.8-18). Em Tessalônica, Paulo pregava na sinagoga aos sábados e na praça durante a semana. Historicamente, ele se postava na petros, um suporte de pedra à saída do mercado, para anunciar diariamente a Palavra do Senhor para os que por ali passavam (At 17.1-14).
Portanto, encontramos no ministério de um só homem, em uma mesma geração, diferentes abordagens e estratégias de evangelização e plantio de igrejas. Paulo fala a multidões, mas também visita de casa em casa. Ele prega aos judeus na sinagoga, mas também o faz fora do templo. Utiliza praças e mercados, jamais deixando de proclamar às multidões, mas se devota a indivíduos para discipulá-los e treiná-los para a liderança local. Devemos primeiramente compreender que não há estratégias fixas para a proclamação do Evangelho, apenas princípios fixos.
No modelo paulino de plantio de igrejas, podemos observar que as principais estratégias utilizadas foram:
- Introduzir-se na sociedade local, a partir de uma pessoa receptiva, de ou um grupo aberto a recebê-lo e ouvi-lo;
- Identificar ali o melhor ambiente para a pregação do Evangelho, seja público, como uma praça, ou privado como um lar;
- Evangelizar de forma abundante e intencional, a partir da Criação ou da Promessa, e sempre desembocando em Cristo, sua cruz e ressurreição;
- Expor a Palavra, sobretudo ela. Expor de tal forma que seja ela inteligível e aplicável para quem ouve;
- Testemunhar do que Cristo fez em sua vida;
- Incorporar rapidamente os novos convertidos à igreja, à comunhão dos santos, seja em uma casa, ou um agrupamento maior;
- Identificar líderes em potencial e investir neles, seja face a face, ou por cartas;
- Não se distanciar demais das igrejas plantadas, visitando-as e se comunicando com as mesmas, investindo no ensino das Escrituras;
- Orar pelos irmãos, pelas igrejas plantadas e pelos gentios ainda sem Cristo, levando as igrejas também a orar;
- Administrar as críticas e competitividade, sem permitir que tais atos lhe retirem do foco evangelístico;
- Utilizar a força leiga e local para o enraizamento e serviço da igreja;
- Investir no ardor missionário e responsabilidade evangelística das igrejas plantadas.

Elementos essenciais no plantio de igrejas

Nos últimos 20 anos, tenho tido o privilégio de lidar com o plantio de igrejas em contextos áridos, seja pela resistência ao Evangelho, falta de liberdade para pregá-lo ou barreiras linguísticas e culturais. É certo que em terrenos áridos uma diversidade de ações e estratégias deve fazer parte de nossa iniciativa no plantio e multiplicação de igrejas. Há, porém, alguns elementos essenciais que não podem faltar.
Oração - Há ampla ligação entre o despertamento para a oração e o plantio de igrejas; entre avivamentos históricos e avanço missionário. Esses elementos estão presentes nos principais movimentos de plantio de igrejas e antecedem cada processo. Wesley Duewel nos diz que o maior privilégio que Deus dá a você é a liberdade para aproximar-se dele a qualquer tempo. Esta é uma parte da missão que, além de essencial, pode ser praticada por todos. Patrick Johnstone relata que quando o homem trabalha, o homem trabalha; quando o homem ora, Deus trabalha. Devemos orar por uma pessoa, família, bairro, cidade, tribo ou nação até que Deus atenda.
Intencionalidade - A ausência de uma intenção clara e objetiva de plantar igrejas talvez seja a maior barreira para que isso aconteça. Apesar do nascimento de igrejas a partir de ações não intencionais, a maioria das igrejas plantadas, sobretudo em lugares áridos, é estabelecida de forma intencional: há um grupo orando, planejando e trabalhando com este alvo específico. David Hesselgrave afirma que 75% das igrejas plantadas em lugares onde não há igrejas nasceram a partir de ações intencionais.
Oportunidade - No plantio de igrejas, nossas ações não devem ser mensuradas pelo número de oportunidades que temos, mas por quantas oportunidades são aproveitadas. Igrejas são, em geral, plantadas onde as oportunidades são mais bem aproveitadas. A oração mais recorrente nos lábios de um plantador de igrejas é: 'Abre os olhos do meu coração'.
Teologia - A fidelidade à Palavra é um dos elementos essenciais no plantio de igrejas. Há muitas estratégias de movimento de massa que são funcionais, entretanto não são bíblicas. David Hesselgrave alerta-nos: Nem todo novo pensamento é dirigido pelo Espírito. Nem tudo o que é novo é necessariamente bom. A Bíblia é antiga, o Evangelho é antigo e a Grande Comissão é antiga...
Continuidade - Poucas igrejas são plantadas em um período inferior a três anos em contexto nacional e seis anos em contexto transcultural. É necessário que, neste período, haja constância na presença, evangelização, discipulado, ajuntamento dos crentes e treinamento de líderes. Boa parte dos projetos de plantio de igrejas é abortada pela descontinuidade, seja da presença de plantadores ou de ações de discipulado.
Prática - Se você é um plantador de igrejas, as práticas que mais devem consumir seu tempo e atenção são: relacionamento com o povo, abundante evangelização, discipulado dos novos na fé, ajuntamento dos convertidos, treinamento bíblico de líderes e multiplicação. Em um contexto transcultural, deve-se acrescentar o aprendizado da língua, cultura e adaptação. Nenhuma tecnologia missionária substitui o poder da comunicação pessoal do Evangelho, o qual foi abundante e pessoalmente comunicado em cada período de expansão de plantio de igrejas, de forma criativa, fiel e constante.
Planejamento - Uma boa pesquisa e organização do projeto de plantio de igrejas são elementos que não podem faltar nesta iniciativa. O planejamento deve incluir uma visão clara, alvos específicos, ações a serem desenvolvidas, um bom cronograma e detalhamento das estratégias.
Liderança local.- Todo amplo movimento de plantio de igrejas que se tornou regionalmente duradouro contou com um forte envolvimento de pessoas locais desde a primeira fase. O investimento em nativos, passando-lhes a visão, paixão e estratégias, garantirá um processo de plantio de igrejas que vá além do missionário ou evangelista.
A reprodução de igrejas plantadas em uma segunda fase, idealisticamente, deve ser feita através dos frutos e não da raiz do movimento. Nesta etapa, o plantador de igrejas já deve estar assumindo uma posição na supervisão da visão e encorajamento, e não de linha de frente. Igrejas plantadas devem plantar igrejas! O modelo missionário para se plantar uma igreja que sugiro é: inicie, discipule, reproduza, assista, encoraje e parta.
Durante nosso ministério entre os Konkombas de Gana tivemos a oportunidade de atuar na evangelização e plantio de igrejas. Uma família – do presbítero Mebá, primeiro convertido naquela região – foi, de fato, o grupo usado por Deus para espalhar o Evangelho de Cristo. A partir da primeira igreja plantada – na aldeia de Koni, onde morávamos –, tínhamos o desafio de evangelizar e plantar igrejas em outras aldeias.
Em lugar de investirmos mais tempo apenas nas ações de expansão, demos atenção especial aos primeiros convertidos. Usamos um modelo de discipulado em que não fazíamos nada sozinhos. Fosse orar por um enfermo, evangelizar uma família ou aconselhar uma pessoa, em tudo levávamos um ou mais dos novos convertidos conosco. Ao longo de dois anos fizemos isto e, assim, aqueles 15 primeiros convertidos tiveram uma boa oportunidade de aprender das Escrituras e participar da missão da igreja. Hoje há 47 outras igrejas plantadas, além da igreja de Koni, e em praticamente todas elas houve participação de algum destes 15 primeiros convertidos. Investir em pessoas é bíblico e funcional.

Conclusão

Ashbel Green Simonton, em seu sermão Os meios necessários e próprios para plantar o Reino de Jesus Cristo no Brasil, em 1867, expõe cinco pontos necessários para a evangelização. Primeiramente, ele nos diz que é necessário ter vida santa, pois na falta desta pregação os demais meios não hão de ser bem sucedidos. Em segundo lugar, ele defende a distribuição de literatura bíblica como livros, folhetos e a própria Bíblia, pois a imprensa é a arma poderosa para o bem. Em terceiro lugar, a pregação individual, pois cada crente deve comunicar ao vizinho ou próximo aquilo que recebe. Em quarto lugar, ele menciona o chamado ministerial, a pregação por pessoas designadas e ordenadas para esse encargo. Por fim, expõe a necessidade do estabelecimento de escolas para os filhos dos membros das igrejas, em uma iniciativa social e de preocupação familiar.
Não há projeto mais duradouro e transformador do que este: pregar o Evangelho de Cristo, plantando igrejas que transformam vidas. Esta é a nossa missão.

Ronaldo Lidório é missionário, pastor, teólogo e escritor


2 de jul. de 2014

9 razões para orar

POR JASON HELOPOULOS 
Por que devemos orar? Deus já conhece os nossos corações. Ele já sabe os nossos anseios. Então, por que orar? Podemos dizer facilmente: porque a Bíblia ordena isso. Paulo chega a dizer “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17) – essa é razão suficiente. Mas vamos explorar algumas outras razões para o porquê da oração.

1. Oramos porque amamos:
Um relacionamento de amor é aquele em que há gozo um no outro. Se eu digo “eu amo minha esposa” mas nunca falo com ela, é provável que eu não a ame. Se eu a amo, então terei vontade de conversar com ela, passar tempo com ela e desejá-la. É por isso que Marcos escreve que Jesus “tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava”. Jesus ama o Pai. O Pai o ama; então, ele quer passar tempo falando com Deus antes do dia começar.

2. Oramos por gratidão:
Tiago diz: “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. Paulo diz em Filipenses 4.6: “não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. Como aquele leproso que retornou a Jesus, devemos tornar a Deus em ações de graça. Tudo que recebemos, tudo o que ganhamos, é dádiva de Suas mãos. A oração demonstra e provê um veículo para oferecermos nossa gratidão.

3. Oramos porque queremos conhecer a Deus mais profundamente:
Não há nada mais amável, nada mais majestoso que nosso coração possa procurar, nada mais satisfatório do que o próprio Deus. E quando falamos com Ele, passamos a conhecê-lo mais. Como o salmista diz “uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo” (Salmos 27.4). Queremos conhecê-lo. Queremos conhecer a Deus em toda a Sua glória. Se esse é o caso, então, como uma jovem namorada tentando conhecer seu namorado, desejaremos falar mais com Ele.

4. Oramos para conhecermos nossos próprios corações:
Penso nas palavras de Habacuque: “o SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Habacuque 2.20). Há um beneficio real de se achegar ao Senhor em silêncio. É verdade que passamos a conhecê-lo melhor em oração, mas também passamos a nos conhecer mais completamente. Quantas vezes nós oramos e nos reconhecemos culpados por um pecado que antes não percebíamos. Ouvimos  proferido por nossos lábios ou descobrimos nossas mentes embaraçadas por ele quando vamos a Deus em oração. Como Pedro no telhado, nos tornamos conhecedores de que o que nós praticamos, acreditamos ou sonhamos é profano. A oração abre nossos corações não somente perante a Deus, mas perante nós mesmos. Deus já sabe o que há dentro dos nossos corações; nós, geralmente, não.

5. Oramos para sermos conformados à Sua imagem:
Alguns disseram que o propósito da oração não é que nós possamos mudar Deus, mas que Deus possa nos mudar. E há tanta verdade nisso. Calvino disse que nós oramos no nome de Jesus para “para que nenhuma paixão e nenhum desejo sequer nos suba ao coração, com vergonha de tê-lo por testemunha, enquanto aprendemos a diante de seus olhos colocar todos os nossos desejos, e até mesmo a derramar todo nosso coração”. Na oração, nossos corações são conformados e moldados, nossas afeições são agitadas e nossas mentes são transformadas. A oração é a academia da retidão. Uma pessoa pode entrar como um aluno negligente e sair como um cadete.

6. Oramos para reconhecer nossa dependência n’Ele:
Não somos seres independentes. Como Paulo pregou no Areópago “nele vivemos, e nos movemos, e existimos”. Não somos e não podemos ser nada longe dele. A oração reconhece isso. Ursino comentou uma vez que “a oração é tão necessária para nós como é necessário para um pedinte o pedir esmolas”. Um pedinte é por definição aquele que pede esmolas. Somos pessoas, seres humanos, criados na Sua imagem; por definição, somos dependentes e devemos orar.

7. Oramos para receber d’Ele:
Tiago diz “se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tg 1.5). Pedimos para receber. Jesus segue seu ensinamento do “Pai nosso” em Lucas 11 com a história do homem que é acordado por um amigo que deseja três pães. E Jesus diz “ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”. Isso acontece no contexto da oração do Pai nosso, que é repleta de pedidos para receber. De fato, oramos para receber. E temos um Pai celestial que ama dar. É Ele quem dá todas as boas dádivas. Se tudo de bom vem dele, então, em oração, nós corretamente buscamos e rogamos a Ele.

 8. Oramos porque Deus escolheu usar meios:
Muitos dizem “por que orar se Deus já predestina todas as coisas? Por que orar pela conversão de alguém, por que orar para que Deus cure o meu corpo, por que orar para qualquer coisa?” Porque Deus escolheu usar meios. Ele usa a chuva para fazer a grama crescer. Ele usa o sol para iluminar o mundo. Ele usa nossas orações para alcançar os seus propósitos. Essa é uma das realidades mais maravilhosas e humildes no universo, mas é verdade. Deus escolhe usar a nós para concluir seus propósitos. Nossas orações podem ser o exato meio que ele utiliza para salvar nossas crianças, providenciar saúde para a pessoa na lista de oração ou manter a unidade na igreja local. Tiago diz “confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”.

Não temos ideia do quanto nossas orações estão sendo eficazes para o bem do reino, da nossa igreja, de nossas famílias e de nossas pessoas. Francamente, ficaríamos impressionados se soubéssemos o quanto Deus  tornou nossas orações significativas, importantes e essenciais. É humilhante. E é terrivelmente empolgante.

 9. Oramos para que Deus receba glória:
Quando o homem coxo é sarado em Atos 3 pela oração de Pedro, sua resposta é se levantar, saltar de alegria e louvar a Deus. Quando Deus responde as nossas orações, nós oferecemos louvor. Deus recebe glória enquanto os homens recebem dele e respondem corretamente. A oração é um presente de um Pai celestial que ama escutar seus filhos.

Existem inúmeras razões para orar. Sejamos pessoas de oração. Nunca um minuto de oração será um minuto desperdiçado ou lamentado.


Fonte : http://reforma21.org/artigos/9-razoes-para-orar.html