29 de set. de 2009

As palavras Gat-Sh'manim e Abba

Marcos 14.32 e 36

32- Eles foram para o lugar chamado Gat-Sh’manim e Yeshua disse aos talmidim (discípulos): Sentem aqui enquanto oro.


Gat-Sh’manim

O nome significa prensa de óleo, prensa de azeite, lugar de óleo, lagar de azeite e é traduzido para o português como Getsêmani. No lugar chamado jardim do Getsêmani existe atualmente pés de oliveira muito antigos, retorcidas; elas provavelmente já estavam plantadas ali quando Jesus andou sobre a terra.
Jardim para onde Jesus frequentemente se dirigia sozinho ou com seus discípulos para orar, descansar ou conversar; local onde Jesus foi traído por Judas na noite anterior a sua crucificação.
O Getsêmani situava-se no monte das Oliveiras a leste de Jerusalém, por sobre o ribeiro de Cedrom e oposto ao templo (Mc.13.3;Jo18.1). A partir de seu nome, pesquisadores acreditam que o jardim situava-se em um pomar de oliveiras que tinha um lagar de óleo. Não foram bem sucedidas as tentativas de localização exato do jardim. Muitos cristãos concordam com um lugar: aquele que a mãe de Constantino, Helena, designou em aproxidamente 325 d. C.. Mas pelo menos dois outros lugares também são amparados pela tradição e apresentam seus defensores. Os relatos dos evangelhos não fornecem detalhes suficientes para indicar o lugar exato do jardim.
O jardim é quase quadrado e protegido por um muro, recentemente construído pelos latinos. O lado norte tem 49 metros e meio, e o lado do poente 52 metros e oitenta centímetros.
Robinson julga que o local é o mesmo descrito por Euzébio que o dá no monte das Oliveiras, e mais tarde, São Jerônimo o assinala na base do monte, ainda que em duvida , se era ou não o verdadeiro Getsêmani.Thomsom acha que o jardim deveria estar perto da cidade e junto a grande via do lado do oriente , por onde Jesus ter passado naquela noite triste e angustiosa.Pensa também que o Getsêmani deveria estar em um vale retirado , distante umas centenas de metros a nordeste do local que a tradição aponta. Barclay é de parecer que o muro do atual jardim não pode compreender senão uma parte do terreno primitivo que deveria ocupar o lado superior do vale. Os gregos fecharam ultimamente um pedaço de terreno, adjunto pelo lado oriente na encosta do monte, considerado por eles como sendo o verdadeiro jardim.
36- Abba!(isto é, querido Pai) “Todas as coisas são possíveis para ti”. Afasta de mim este cálice! Contudo, não seja o que eu quero, mas o que tu desejas.

Abba

αββα [abba] (Substantivo). Pai. (Transliteração do aramaico 'âbbâ', 'abî o 'âbînû [formas de 'âb, "pai"]).
È uma palavra aramaica, encontrada em Marcos 14.36; e em:
Romanos 8:15 :“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”.

Gálatas 4.6. "E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai."

Na Gemara (Comentário Rabínico sobre a Mishná, ensino tradicional dos judeus) afirma-se que os escravos eram proibidos de se referir ao chefe da família com esse titulo. Aproxima-se ao nome pessoal, em contraste com “Pai”, com a qual está sempre ligada no N.T. Isso provavelmente pelo fato de que, ABBA, tendo se tornado praticamente um nome próprio, recebeu dos judeus gregos o acréscimo da palavra grega patêr, pai, da língua que usavam. “Abba” é a palavra pronunciada pelas crianças, e denota confiança cega, pai expressa um entendimento inteligente do relacionamento. As duas palavras juntas expressam o amor e a confiança e inteligente da criança. O hebraico incorporou a palavra “Abba” que é um modo familiar de se dirigir ao seu pai. É o equivalente de “pai” ou “paizinho”, como todos os filhos israelenses, o meu me chama de “abba”.
O judaísmo ensina que qualquer um pode se dirigir a Deus e que Deus está próximo de todos. No entanto, o judaísmo considera inaceitável soar muito familiar a Deus.
O artigo sobre “Abba” no Theological Dictionary of the New Testament, de Gerhard Kittel, diz:
“No que se refere à utilização de Jesus, a probabilidade é que Ele tenha usado a palavra a Abba não apenas onde isso fica expressamente revelado (Mc.14.36) mas em todos os casos , e especialmente ao dirigir a Deus, onde os evangelistas registram Ele dizendo o patêr (Pai), patêr mou, patêr mou (meu pai) e talvez , até mesmo patêr êmôm (nosso pai).
Em outras passagens do Novo Testamento , a palavra Abba é sempre associada ao Espírito Santo e com adoção. (Comentário Judaico do Novo Testamento).

Abba – palavra cheia de ternura e intimidade. É difícil para nós entendermos o quanto foi revolucionário haver Jesus chamado Jeová de Abba. O que hoje é uma prática habitual, nos dias de Jesus era algo incomum. Joachim Jeremias, erudito no Novo Testamento, descreve quão raramente o termo era usado:
“Com a ajuda de meus assistentes, examinei a literatura devocional do antigo judaísmo... O resultado desses exames foi que, em lugar algum dessa vasta literatura, foi achada a invocação de Deus como "Aba Pai". Abba era uma palavra comum; uma palavra familiar e corriqueira. Nenhum judeu teria ousado tratar Deus dessa maneira. Não obstante, Jesus o fez em todas as suas orações a nós legadas, com uma única exceção: o brado da cruz — ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? ’ Na oração do Senhor, Jesus autorizou os discípulos a repetirem a palavra Abba depois d’Ele, dando-lhes o direito de partilharem sua condição de Filho. Autorizou-os a falar com o seu Pai celeste de um modo mais confiante e familiar.”

Obras consultadas:
Dicionário da bíblia – John Davis
Dicionário Ilustrado da Bíblia
(Dicionário VINE)
(Hermenêutica – interpretando as Escrituras à luz de Jesus)

N’Ele a qual clamamos Abba (paizinho),

Pastor Marcos Serafim Silva