19 de fev. de 2013

Efeitos da Cruz









EFEITOS DA CRUZ
Texto base
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”. (Colossenses 2.14)

Mas Cristo sem culpa... tomou sobre si o nosso castigo, para que Ele pudesse verdadeiramente expiar a nossa culpa, e destruir a nossa punição- Santo Agostinho  

Introdução
John Stott, disse: “A cruz é a pedra de tropeço para todo o orgulho humano”
O símbolo universal da fé crista não é o presépio nem a manjedoura, mas a rude cruz. 
A Bíblia Judaica Completa do teólogo judeu David H. Stern usa o termo estaca e estaca de Execução toda vez em que aparece a palavra grega σταυρός (staurós) como exemplo se pode ler na Bíblia Completa Judaica a palavra estaca em Mattiyahu[Mateus]27:40,e estaca de execução em Mattiyahu[Mateus] 10:38).
A palavra grega para cruz, [stau.rós], devidamente significa uma estaca, um poste reto, ou pedaço de ripa, em que algo podia ser pendurado, ou que poderia ser usado para estaquear [cercar] um pedaço de terreno.... Até mesmo entre os romanos a crux(da qual se deriva nossa cruz) parece ter sido originalmente um poste reto. 
A forma da [cruz de duas vigas] teve sua origem na antiga Caldeia e foi usada como símbolo do deus Tamuz (tendo a forma do Tau místico, a letra inicial de seu nome) naquele país e em terras adjacentes no Egito. Por volta dos meados do 3ºséc. A.D, as igrejas ou se haviam apartado ou tinham arrematado certas doutrinas da fé cristã. A fim de aumentar o prestígio do sistema eclesiástico apóstata, aceitavam-se pagãos nas igrejas, à parte de uma regeneração pela fé, e permitiam-se lhes em grande parte reter seus sinais e símbolos pagãos. Assim se adotou o Tau ou T, na sua forma mais freqüente, com a peça transversal abaixada um pouco, para representar a cruz de Cristo.
 Segundo o costume romano os condenados à morte de cruz são primeiramente flagelados sem misericórdia. Em seguida, devem carregar às costas a travessa da cruz até o lugar da execução, onde já se encontra a parte vertical no chão. São desnudados, pregados na cruz, que assume normalmente a forma de um T, e erguidos, ficando dois ou três metros acima do chão até que se aproxime a morte por esgotamento, asfixia hemorragia, rompimento do coração ou colapso. Jesus ficou na cruz do meio-dia até às 15 horas.
A palavra grega exaleipho - cobrir com graxa, lambuzar, manchar, untar, pintar. Traduzido como riscar, apagar e limpar. A alusão aqui é a apagar a tinta de um pergaminho por meio liquido como o acido muriático ou apagar tintas orientais de marfim queimado, cortiça e resina usando uma esponja umedecida, após esse processo nenhum resquício da escrita pode ser visto.
O escrito é um certificado de debito e presumivelmente se refere à Lei escrita de Moises, para os gentios ela também pode incluir a Lei com a qual sua consciência concordava, esta obrigação, que não estando quitada, permanecia contra nós foi paga na cruz.      

  
1-      O fruto da cruz

Produzir frutos exige suportar cruzes. Não há dois cristos: um acomodado para os cristãos acomodados e um que luta e sofre para os cristãos superiores. Há um só Cristo – (Hudson Taylor)

A)    Resgate

A palavra grega lutroo, que significa comprar a vida de um cativo ou escravo pelo pagamento de um preço. O preço aqui não é prata nem ouro, mas o precioso sangue de Jesus Cristo. Prata e ouro, os mais valiosos meios de comercio entre os homens, não possuem valor suficiente para resgatar e redimir a alma dos homens. Nada, a ser o precioso sangue de Cristo poderia pagar o preço do resgate das almas da Morte.
A palavra grega antilutron , significa um resgate, troca de uma pessoa por outra ou a redenção de uma vida por outra vida.

B)     Reconciliação

Tudo provem de Deus. E notável que Paulo emprega oito verbos neste parágrafo tendo Deus como sujeito. Deus é o Reconciliador, aquele que une o pecador rebelde com seu santo Criador, Cristo é o agente dessa reconciliação, e nós embaixadores, Deus confiou nas mãos de todos os reconciliados o privilegio de anunciar essa boa nova, ou seja, a palavra é o evangelho que inclui apelo, sendo essencial que o inimigo rebelde se submeta e se entregue ao Senhor. Deus nos reconcilia consigo mesmo tirando nossos pecados e nos torna justos diante de si, quando confiamos em Deus deixamos de ser inimigos de Deus e não somos mais estranhos nem estrangeiros para Ele. Por sermos reconciliados temos o privilegio de encorajar a outros fazerem a mesma coisa, deste modo temos o ministério da reconciliação.     

C)    Nova vida

A verdade do novo nascimento não importa qualquer atividade da nossa parte, mas quando lemos de despir e vestir vemos aqui que inclui apreciação de uma vida melhor, propósito de renunciar um passado pecaminoso, dependência da graça divina e ambição de atingir um ideal divino.
O crente está inseparavelmente unido com Cristo, a realidade plena da nova vida ainda não está inteiramente revelada, mas estando oculta juntamente com Cristo, a nova vida é certa em Cristo, o que Deus graciosamente deu nem homem nem anjo pode tirar.
Esta verdade nos dá uma perspectiva diferente sobre nossa nova vida na terra, devemos encarar a vida sob a perspectiva de Deus, procurando fazer a sua vontade. Esse é o antídoto paro o materialismo.
O termo escondida significa oculta e segura, esta não é apenas uma esperança futura, mas um fato realizado no presente.
Já que moremos com Cristo, a nossa nova vida esta oculta n’Ele e Ele em Deus.ç Estando mortos com Cristo, e pessoalmente juntados com Ele simbolicamente no batismo, são as verdades fundamentais que dão força para matar (no grego nekrõsate) o velho homem da vida diária.A morte da velha natureza que se manifesta nos desejos ilícitos e pecados da língua se realiza através da abnegação e obediência a Cristo.           

 

D)    Garantia de vida eterna

As palavras de Jesus em João 14 determinam o caminho para a garantia de vida eterna com Ele, ainda que não seja visível, é seguro, tanto quanto nossa confiança em Jesus. Ele já preparou o caminho para a vida eterna. A única coisa que ainda pode ser incerta e nossa decisão em crer.
Há poucos versículos nas Escrituras que descrevem a vida eterna, mas são ricos em promessas. No texto de João 14 nos seus versículos primeiros Jesus disse: “Vou preparar-vos lugar” e “Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo”. Podemos aguardar a vida eterna com grande expectativa por que Jesus Cristo a prometeu a todo aquele que nEle crer.Apesar dos detalhes da eternidade nos serem desconhecidos, não precisamos temer , porque Jesus esta preparando a eternidade para nós e a passaremos com Ele.
Este é um dos textos mais importantes das Escrituras. Como podemos conhecer o caminho que leva a Deus? Somente por intermédio de Jesus, Jesus é o caminho porque Ele é Deus e Homem. Ligando nossa vida à dEle , somos unidos a Deus.
A viagem Celeste é segura em Cristo, o caminho – a cruz que dá acesso ao pecador arrependido pela expiação do sacrifício, a verdade – a nova aliança que inclui a lei da liberdade que perfeitamente agrada a Deus, a vida – a vida da ressurreição
“Não se turbe”, essa e base paz cristã, Cristo por nós foi angustiado (grego tarassõ), tomando sobre si nosso pecado e nossa morte, não nos deixará órfãos, Ele voltara para nos receber.        

  

2-      O grito da cruz
A cruz de Cristo é a coisa mais revolucionária que já apareceu entre os homens (A.W.Tozer)
O profeta Isaías mostra-nos que Jesus Cristo foi para a cruz “como um cordeiro que se conduz ao matadouro (Ele não abriu a boca)” (Is 53,7). Mas o Senhor quis deixar-nos as suas últimas palavras, já pregado na Cruz. Sabemos que as últimas palavras de alguém, antes da morte, são aquelas que expressam as suas maiores preocupações e recomendações. A Igreja sempre guardou essas “Sete Palavras” com profundo amor, respeito e devoção, procurando tirar delas todo o seu riquíssimo significado.
a)      "Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem." (Lucas, 23:34)
Primeira frase foi dita em forma de prece para que Deus perdoasse a ignorância daqueles que o crucificavam: os soldados romanos e a multidão que o acusava. Esta prece reflete e confirma uma exortação anterior de Jesus, quando instava a seus seguidores que amassem e perdoassem seus inimigos (Mateus 5:44). Alguns manuscritos antigos omitem a menção àquela frase
b)      "Em verdade eu te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23:43)
No momento em que Jesus é crucificado, dois ladrões também o são, e suas cruzes se erguem ladeando a de Jesus. O ladrão à sua direita reconhece sua inocência, e pede que seja lembrado quando Jesus entrar em seu Reino, e Jesus lhe responde daquela forma. A versão original nos manuscritos gregos não traz pontuação, permitindo alguma confusão de sentidos pelo possível deslocamento da prosódia, gerando a alternativa "Em verdade, eu te digo (que) hoje, estarás comigo no Paraíso". Alguns manuscritos dos séculos posteriores contêm pontuação, mas com a variação da posição da vírgula. Esta dubiedade tem sido causa de debates entre Católicos e Protestantes sobre a existência ou não de um estágio intermediário entre a vida física e o Paraíso, chamado de Purgatório. Aparentemente, a aceitação da versão sem pausa após hoje, como consta no subtítulo, exime o chamado Bom Ladrão de uma passagem pelo Purgatório, e tem sido invocada para os Protestantes negarem sua existência.
c)      "Mulher, eis aí teu filho; olha aí a tua mãe." (João 19:26-27).
Jesus, do alto da cruz, contempla os poucos amigos que o seguiram até o Calvário, e com aquelas palavras confia seu discípulo (cujo nome não é citado, mas crê-se que seja João) aos cuidados de sua mãe Maria, e ela a ele. A Igreja Católica costuma tomar esta incumbência simbolicamente, como Maria sendo entregue a toda a igreja nascente, como imagem de sua maternidade universal, e como uma prova de que ela não tinha outros filhos, que poderiam cuidar dela. Se eles existissem, tal afiliação seria considerada insultuosa aos negligenciados irmãos de Jesus, no contexto da cultura judaica do século I.

d) "Eli, Eli, lama sabachthani? (Deus, meu Deus, por que me abandonaste?)" (Mateus 27:46 e Marcos 15:34).
 O desamparo de Jesus na cruz deve ser equilibrado com uma afirmação igualmente bíblica como: "Deus estava reconciliando consigo mesmo o mundo em Cristo". C. E. B. Cranfield tem razão ao enfatizar tanto a verdade de que Jesus experimentou "não apenas um abandono sentido, mas real,, de seu Pai" e "o paradoxo que, embora esse abandono de Deus fosse totalmente real, a unidade da bendita Trindade permaneceu ainda assim completa".
A esta altura, porém, é suficiente sugerir que Jesus estivera meditando no Salmo 22, que descreve o cruel castigo de um homem inocente e justo, assim como ele estava meditando em outros salmos os quais citou da cruz; que ele citou o versículo 1 pelo mesmo motivo que citou todas as outras passagens bíblicas, a saber, que cria as estar cumprindo; que o seu grito teve a forma de uma pergunta, não porque não conhecesse a resposta, mas somente porque o próprio texto do Antigo Testamento (o qual ele estava citando) possuía essa forma.

e)"Tenho sede". (João 19:28)
Aqui fica patente a natureza humana de Jesus, não era uma reclamação ou um pedido, mas uma afirmação clara de que Ele era de carne osso, tinha fome sede como todos os humanos. E é por isso que Ele se compadece nós, pois Ele conhece todas as nossas dores (Hebreus 4:14 e 15).

f) "Está consumado" (João 19:30)
O grito do meio, o alto grito de vitória é, nos Evangelhos, a palavra tetelestai.
Estando no tempo perfeito, significa: "foi e para sempre será consumado". Percebemos a realização que Jesus reivindicou logo antes de morrer. Não foram os homens que consumaram sua ação brutal; foi ele que realizou o que veio ao mundo realizar. Ele levou os pecados do mundo. Deliberada, livre e perfeitamente em amor ele suportou o juízo em nosso lugar. Ele nos conseguiu a salvação, estabeleceu uma nova aliança entre Deus e a humanidade, e tornou disponível a principal bênção da aliança, o perdão dos pecados. Imediatamente, a cortina do templo, que durante séculos tinha simbolizado a alienação dos pecadores de Deus, rasgou-se de alto a baixo, a fim de demonstrar que Deus havia destruído a barreira do pecado, e aberto o caminho à sua presença. Trinta e seis horas mais tarde, Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos. Aquele que havia sido condenado ã morte em nosso lugar, foi publicamente vindicado em sua ressurreição. Foi a demonstração decisiva de Deus de que Jesus não havia morrido em vão.

g) "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito". (Lucas 23 46)
Terminada sua agonia, Jesus se abandona aos cuidados de seu Pai e, assim fazendo, expira.

3-      O que ele fez por nos na cruz

Se a cruz não for o centro da nossa religião, a nossa religião não é a de Jesus – (John Stott)

a)      Cristo morreu por nós
Além de ser necessária e voluntária, sua morte foi altruísta e benéfica. Ele a empreendeu por nossa causa, não pela sua, e cria que através dela nos garantia um bem que não poderia ser garantido de nenhum outro modo. O Bom Pastor, disse ele, ia dar a sua vida pelas ovelhas, em benefício delas. Similarmente, as palavras que ele proferiu no cenáculo, ao dar o pão aos seus discípulos, foram: "Isto é o meu corpo oferecido por vós". Os apóstolos pegaram esse simples conceito e o repetiram, às vezes tornando-o mais pessoal, trocando a segunda pessoa pela primeira: "Cristo morreu por nós”. Ainda não há nenhuma explicação e nenhuma identificação da bênção que ele nos assegurou mediante a sua morte, mas pelo menos concordamos quanto às expressões "por vós" e "por nós".
b)     Cristo morreu por nossos pecados
O foco do propósito benéfico da sua morte é a nossa reconciliação. Como diz o Credo Niceno: "por nós (geral) e por nossa salvação (particular) ele desceu do céu. . ." A salvação que ele conseguiu para nós mediante sua morte é retratada de vários modos. Às vezes é concebida negativamente como redenção, perdão ou libertação. Outras vezes é positiva — vida nova ou eterna, ou paz com Deus no gozo de seu favor e comunhão.
No presente, o vocabulário preciso não importa. O ponto importante é que, em conseqüência da sua morte, Jesus é capaz de conferir-nos a grande bênção da salvação

c)      Cristo morreu para nos conduzir a Deus
Nossos pecados eram o obstáculo que no sim pedia de receber o dom que ele desejava dar-nos. De modo que eles tinham de ser removidos antes que a salvação nos fosse outorgada. E ele ocupou-se dos nossos pecados, ou os levou, na sua morte. A expressão: "por nossos pecados" (ou frase a do muito similar) é usada pela maioria dos escritores do Novo Testamento; parece que eles tinham certeza de que — de um modo ainda não determinado — a morte de Cristo e nossos pecados se relacionavam. Eis uma amostra de citações: "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (Paulo); "Cristo morreu pelos pecados uma vez por todas" (Pedro); "ele apareceu de uma vez por todas...para desfazer o pecado mediante o sacrifício de si mesmo", e ele "ofereceu de uma vez por todas um sacrifício pelos pecados" (Hebreus); "o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado"(João); "àquele que nos ama e nos libertou de nossos pecados através do seu sangue. . .seja a glória" (Apocalipse).
Todos estes versículos (e muitos mais) ligam a morte de Jesus aos nossos pecados.

d)     Cristo sofreu a nossa morte
Ao morrer por nossos pecados. Isso quer dizer que se a sua morte e os nossos pecados está ligados, esse elo não é efeito de mera conseqüência (ele foi vítima de nossa brutalidade humana), mas de penalidade (ele suportou em sua pessoa inocente a pena que nossos pecados mereciam). Pois segundo a Escritura, a morte se relaciona com o pecado como sua justa recompensa: "o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). A Bíblia toda vê a morte humana não como um evento natural, mas penal.
E uma invasão alienígena do bom mundo de Deus, e não faz parte de sua intenção original para a humanidade. É certo que o registro fóssil indica que a pilhagem e a morte existiam no reino animal antes da criação do homem. Porém parece que Deus tinha em mente um fim mais nobre para os seres humano portadores de sua imagem, fim talvez semelhante ao traslado que Enoque e Elias experimentaram, e à "transformação" que ocorrerá com aqueles que estiverem vivos na volta de Jesus. Através de toda a Escritura, pois, a morte (tanto física como espiritual) é vista como juízo divino sobre a desobediência humana. Daí as expressões de horror com relação à morte, a sensação de anomalia de que o homem se tivesse tornado como as bestas que perecem, uma vez que o mesmo destino aguarda a todos. Daí também a violenta indignação de que Jesus foi alvo em seu confronto com a morte ao lado do túmulo de Lázaro. A morte era um corpo estranho. Jesus resistiu-lhe; ele não pôde aceitá-la.

4-      Atitude de Cristo na cruz

A cruz precisa ser carregada; não temos liberdade de passar por cima dela ou de evitá-la. (Richard Baxter)

a)      Esvaziou-se
Não diz que Cristo tirou de si mesmo sua identidade como Deus.O significado da frase é que ele a si mesmo se humilhou, deixando o status celestial, não seu ser divino.A natureza de seu esvaziar-se a si mesmo é definida nas três frases que se seguem (..assumindo...tornando-se...reconhecido).    
b)      Humilhou-se
A linguagem aqui é paralela a frase “..esvaziou-se a si mesmo...”, cada ato ocorre pelo livre exercício da vontade pessoal de Cristo.
Sua humilhação, evidente na vida toda, atingiu seu ponto culminante na morte.
c)      Obedeceu
O significado da submissão a vontade do Pai é maior em se tratando daquele que é igual ao Pai, do que qualquer outra pessoa. As palavras de Paulo encerram toda a vida de obediência de Cristo, ao mesmo tempo se acentuam sua morte como expressão suprema de obediência  


d)     Entregou-se   
Jesus sofreu todo o aniquilamento possível de se imaginar: moral, psicológico, afetivo, físico, espiritual, enfim, como disse o profeta: “foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniqüidades…” (Is 53,5). Depois de tudo isto “ninguém tem mais o direito de duvidar do amor de Deus”. Será uma grande blasfêmia alguém dizer que Deus não lhe ama, depois que Jesus sofreu tanto para assumir em si o pecado de todos os homens e de cada homem. Paulo disse aos Gálatas: “Ele morreu por mim”(Gal 5,22).

5-      O olhar para cruz traz:

Se formos crentes em Jesus Cristo, já passamos pela tempestade do Juízo. Ela aconteceu na cruz – (Billy Graham)

a)      Salvação
O texto nas Escrituras que mais refletem a salvação está em João 3.16, expressando todo amor de Deus para a salvação da humanidade.
O mundo dos homens, alienado e condenado recebe no dom do amor de Deus (ágape) a opção da vida eterna. A salvação – sua força matriz é o grande e incomparável amor de Deus, seu indicador – o próprio Deus, o mediador entre Deus e os Homens – o Filho unigênito; os destinatários – o mundo que amou de tal maneira, os beneficiários – todo aquele que nEle crer , o seu galardão – a vida eterna.
          
b)      Separação
O olhar para a cruz de Cristo deve trazer-nos separação deste mundo hostil e dominado pelo mal , o apostolo São João nos indica em sua 1ª carta que não devemos amar o mundo nem o que no mundo há, indicando que algumas pessoas pensam que o mundanismo está limitado ao comportamento exterior – as pessoas com quem nos associamos os lugares que freqüentamos as atividades que apreciamos. O mundanismo é também interior, porque começa no coração e é caracterizado por três atitudes – 1.ª a cobiça pelo prazer físico; 2.ª cobiça para tudo que vemos – almejar e acumular coisas, curvando-se ao deus do materialismo e o 3.º o orgulho por nossas posses- obsessão pela condição, posição ou por ser importante.
O apostolo São Paulo nos adverte que se estamos separação do mundo, já não vivemos nós, mais sim Cristo que vive em nós. Refere-se também que ninguém deve nos inquietar, pois devemos trazer as marcas de Cristo.
A palavra grega para marcas é stigmata, escravos eram marcados assim. Então Paulo refere-se com essa palavra que às cicatrizes adquiridas em sua atividade missionária. Essas cicatrizes eram as marcas que trazia como um escravo em Cristo.
Nossa separação deve-se ao olhar diretamente para cruz, pois nela Jesus deu a vida por mim pecador, como diz as Escrituras: “Olhando firmemente para, o Autor e Consumador  da fé,Jesus, o qual, em troca de alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia , e está assentado à destra do trono de Deus.”  
          
c)      Comunhão
A palavra comunhão do grego Koinõnia, participação, confraternidade, os cristãos participam na vida, sofrimento e gloria de Cristo nos dons e graças do Espírito Santo nesta vida e nas glorias do reino da vida vindoura.
Comunhão tem como seu primeiro impulso o conceito de uma participação comum. Assim, todos os crentes têm uma participação em Cristo e, conseqüentemente, uma participação de uns com os outros, esse é o ponto principal sobre o qual Paulo ataca o espírito partidário.
Na igreja dos Atos dos Apóstolos era uma igreja que manifestava tremenda comunhão, os crentes primitivos encontravam deleite em terem comunhão uns com os outros, o centro desta comunhão se manifestava no ágape (festa ou refeição incluindo a Santa Ceia). O caráter da comunidade cristã primitiva despertou no povo um sentimento de reverencia, que era reforçado pelos muitos milagres realizados pelos apóstolos.
Se nosso olhar estiver na cruz de Cristo certamente ficará mais fácil em termos comunhão uns com outros em dias de tanta turbulência espiritual, material e principalmente ministerial, podemos até divergir em idéias, mas que nunca percamos a comunhão entre nós e unidos no amor de Cristo através da cruz temos paz uns com os outros. 
        
d)      Cura
Recebemos de fontes diversificadas informações sobre vários males que atingem a humanidade hodierna, esses males afligem a todos os seres humanos não importa quem sejam eles.
Sem que o numero percentual seja necessariamente exato uma serie de informações que nos indicam que cerca de 80% das enfermidades que se instauram , que se enraízam na vida do homem moderno, têm como causa desordens psíquicas;como fonte , a desestruturação emocional;como justificativa , para compreensão do fenômeno ,seu sistema nervoso abalado;como fonte geradora de todo o mal , alguns traumas que o atingiram na infância , as vezes inclusive no útero materno , outras em idade mais modernas- talvez face de desagregações familiares profundas, ou mesmo nascidas da dor e desprezo, a indiferença no trato, a hostilidade do mundo circundante. Enfim, por razões e fontes diversas, mas em todas elas vinculam atreladas à dimensão da vida humana cujo centro é a psique, a alma – essa substância sensível, capaz de assimilar marcas, impressões, feridas, traumas, tatuagens, golpes, lembranças; capaz de nela deixar cinzelar as fisionomias mais monstruosas que já tenham aparecido no curso da sua historia, de cujas impressões fortíssimas nem sempre consegue livra-se. Como conseqüência desses fantasmas na mente, no inconsciente, muitas vezes a alma vai se desestruturando, se arruinando, reagindo a essa serie de situações de modo a ir gerando na pessoa aquilo que é chamado de somatização. Ou seja, nosso soma, nosso corpo, nossa carne, começa a receber influencias de toda uma desestruturação psíquica, daí surgindo variadas enfermidades, que atingem níveis diferentes, órgãos de choque diversos no organismo. Por isso vão nos adoecendo, vão nos prejudicando.    
Afinal o maior mal da humanidade é o pecado que tão de perto nos rodeio, e há só um antídoto o sangue de Jesus aspergido sobre a cruz. O apostolo São Paulo escreve aos romanos dizendo que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus è a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.
A palavra grega utilizada neste texto é opsonion , que significa recompensa, salário , a justiça divina tem como dever dar aos pecadores o seu salário ou ficará em debito par com eles para sempre.
No entanto a vida eterna é um presente gratuito. Os homens merecem o inferno, não a vida eterna. Jesus Cristo a obteve e a dá gratuitamente a todos os que nele crêem.                       

 Conclusão

Embora 2000 anos já tenham passado entre nossa geração e a cruz, Cristo ainda vive! Herodes não pode destrui-lo, a sepultura não soube como segura-lo. Ele ainda reina e está no ápice de sua gloria. Proclamado por Deus pelos anjos, temido pelos demônios e vivo no coração dos crentes.    
 Só o homem crucificado pode pregar a cruz. Disse Tomé: “ A menos que eu veja em suas mãos o sinal dos cravos...não crerei”. O Dr. Parker, de Londres disse que o que Tomé disse acerca de Cristo, o mundo hoje está dizendo a respeito da igreja. E o mundo também esta dizendo de cada pregador: A menos que eu veja em tuas mãos as marcas dos cravos, não crerei. È verdade. Só o homem... que morreu com Cristo...pode pregar a cruz de Cristo.     
Foi na cruz, Foi na cruz onde um dia eu vi meus pecados castigados em Jesus foi ali pela fé que meus olhos abriu e agora me alegro em sua Luz.  

N’Ele através da cruz

Marcos Serafim Silva  

Obras Consultadas

BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador: ensaio de Cristologia Crítica para o
nosso tempo. Petrópolis, Vozes, 1986.
http://pt.wikipedia.org
An Expository Dictionary of New Testament Words (Londres,1962), W.E.Vine,p.256
 The imperial Bible-Divtionary - Editado por P.Fairbairn, (Londres,1874),Vol.I,p. 376.
Fabio,Caio – No divã de Deus. Volume I. Vinde,1987
A Bíblia de Estudo Dake – 2009
Biblia Shedd / editor responsável Russel P. Shedd – 2 ed.rev. e atual.no Brasil. – São Paulo: Vida Nova ; Brasília : Sociedade Bíblica do Brasil,1997
Gondim,Ricardo . Vivendo em Triunfo:Meditações sobre os desafios de uma vida cristã autentica/ Ricardo Gondim.São Paulo – Doxa Produções.  
Stott,Jonh. A Cruz de Cristo.Editora Vida 19913