29 de dez. de 2014

Refletindo a ano de 2014


O ano de 2014 lamentavelmente foi muito pouco aproveitável para mim, muito embora em seu começo decidisse não planejar absolutamente nada, deixar a vida levar.
Projetei pouquíssimo, e fiz algumas coisas que realmente não me levaram a lugar nenhum, vivi o ostracismo voluntario, culpando a mim mesmo os caminhos por mim tomados.
Mas, contudo isso aprendi grandes lições, que me nortearão daqui para adiante, lições preciosíssimas, só quem passa e que pode falar, mas não me arrependo.
Aprendi a não pegar atalhos, pois, eles não me levaram a nada.
Falei com muitas pessoas, algumas conversas bem aproveitáveis, outras totalmente inúteis, sem contexto, sem aprendizado, sem fundamentação, conversas totalmente evasivas, algo que não me permitirei daqui para frente.
Determinados momentos pareciam inacabáveis, ouvi muita gente medíocre fazendo-se de sábio, com conversa alienáveis da realidade, gente que realmente quer aparentar ser o que não é mesmo, o que, mas parecia que esta estava vivendo num verdadeiro conto de fadas.
Participei de eventos que nunca deveria participado, por que não me acrescentaram nada de útil, realmente perdi tempo, dinheiro, e o que devia era ter ficado em casa mesmo.
Navegando pela internet acompanhei cultos fantásticos, Brasil afora, conheci pregadores com singular encanto no seu falar. Ouvi muita gente ótima, que não visa o evangelho por lucro, mas o vive de debaixo da graça mesmo. Vi o que o sábio disse príncipes a pé, enquanto servos estavam a cavalo e mais se achando.
Quantas mentiras pregadas em cima do altar sagrado, pastores pregando sermões que eles não vivem, mas o força querem empurrar nos rebanhos por eles pastoreados, quanta inutilidade, quanta superficialidade gente que visa derrubar o outro pregando como se fosse o mais correto, gente mentindo ao pedir perdão, coração cheio de ira, com vontade de ocupar o lugar do outro, batendo nas costas pela frente e apunhalando por trás, decidi não fazer em hipótese alguma parte disso, e, por conseguinte nem todos gostam de mim, e não tenho intenção de agradar a ninguém.
Recebi ótimas visitas em minha casa, gente usada por Deus para falar-me não o que eu queria ouvir, mas o que realmente precisava ouvir, e a verdade dói, mas é a verdade, mas vale uma verdade do que mil mentiras. De gente mentirosa quero estar bem distante.
Participei de reuniões que eu não deveria ter participado e sinto que perdi meu preciso tempo saindo do conforto de minha, conversado e ser totalmente ignorado, sendo tratado com certo desrespeito, porém não perdi meu respeito com ninguém, e nem tampouco vou desrespeitar, não aprendi isso com meu velho pai.
Muita gente pensou que estou caído, desanimado e até ouvi que estou perdendo a fé, mas contrariando a tudo e a todos, não estou caído, nem desanimado, e nem perdendo a fé, muito pelo contrario , sei em quem tenho crido, e Ele é poderoso e magnifico. Só parei um tempo para refletir e continuar a jornada, almejando somente o céu, nada, mais nada, além disso.
Minha gratidão a Deus pelas pessoas que oraram por mim, e me acompanham nesta jornada nada fácil, mas grande, nobre e prazerosa... Deus em Cristo vos abençoe. Aqueles que sentiram minha ausência, mas será por muito tempo estarei muito próximo ano que vem.    
Gente amada, um abraço e até se Deus nos permitir.

N’Ele minha razão de viver,

Marcos Serafim Silva
                      

      

12 de dez. de 2014

Jesus Cristo: da gloria, à manjedoura, da manjedoura a cruz.

Jesus Cristo: da gloria, à manjedoura, da manjedoura a cruz.


Introdução

Jesus dividiu a história humana em antes e depois dele. A força dessa delimitação, mesmo para a parte da humanidade que não vê nela a mão divina, é aceita por todos, e não apenas pelos 2 bilhões de cristãos, ou um terço da humanidade. Dois mil anos depois, os sinais materiais da existência em carne e osso de Jesus aparecem mais claros nas análises de historiadores e nas escavações arqueológicas. Discute-se menos agora se Jesus existiu mesmo.
O prodígio maior do pregador que viveu na Palestina, cujo fascínio aumenta com a passagem do tempo, é o fato cada vez mais aceito por estudiosos de todas as religiões de que, além de lançar as bases morais e éticas da civilização ocidental, Jesus reinventou a fé. Essa é a chave para entender Sua permanência e a aceitação de Sua doutrina fora da cristandade.
John Meier afirma que o ano de nascimento de Jesus é cerca de 7/6 a.C.1 Por outro lado, Karl Rahner afirma que o consenso entre historiadores é c. 4 a.C. Sanders é favorável a 4 a.C. e aponta o consenso geral para essa data. Finegan aponta como provável c. 3/2 A.C., em função de tradições do cristianismo primitivo.
O Novo Testamento afirma em três passagens diferentes que Jesus era judeu ("Ioudaios" no grego do Novo Testamento), embora o próprio Jesus nunca se refira a si como tal. Em Mateus 2:, os Reis Magos referem-se a Jesus como "Rei dos Judeus" (basileus ton ioudaion). É também referido como judeu em João 4: pela samaritana no poço, no momento em que abandona a Judeia, e pelos romanos durante o episódio da Paixão, em todos os quatro evangelhos, os quais usam a frase "Rei dos Judeus".
Jesus despiu-se da sua glória, e vestiu nossas roupas miseráveis; nos deu seus trajes imaculados, para q entrássemos na presença do Pai.
Nascendo de uma simples camponesa humilde de uma cidade desprezada na parte rural do norte da Palestina. Não foi por acidente que Deus a escolheu para ser a mãe de seu Filho unigênito. Seu caráter era tal que foi considerada especialmente adequada para cuidar e guiar a Criança nascida dela. Na manjedoura o Rei dos reis nasceu entre os animais.
Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS. Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego.  Os principais sacerdotes diziam a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, e sim que ele disse: Sou o rei dos judeus. 19.22   Respondeu Pilatos: O que escrevi escrevi;  em latim INRI, ou Iesus Nazarenus Rex Ioderum, ou Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.

Esvaziou-se da Gloria
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
  Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
  E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. (Filipenses 2.5-8)

Jesus não pensou em si mesmo; ele pensou nos outros. Ele abriu mão de sua glória, desceu das alturas e, usou seus privilégios para abençoar os outros.
William Barclay diz que a palavra “subsistindo” hyparquein descreve aquilo que é essencial e que não pode ser mudado; aquilo que possui uma forma inalienável. Descreve características inatas, imutáveis e inalteráveis. Assim, pois, Paulo começa dizendo que Jesus é Deus em forma essencial, inalterável e imutável. Logo Paulo continua dizendo que Jesus “subsistia em forma de Deus”. Há duas palavras gregas para forma: morphe e schema. Ambas podem ser traduzidas por “forma”. Mas, elas não têm o mesmo significado. Morphe é forma essencial de algo que jamais se altera; schema é a forma externa que muda de tempo em tempo e de circunstância em circunstância. A palavra que Paulo usa com referência a Jesus é morphe. Jesus está de maneira inalterável na forma de Deus; sua essência e seu ser imutável são divinos. Werner de Boor faz referência à bela formulação de Lutero: “O Filho do Pai, Deus por natureza…”. Nesta mesma linha de pensamento Ralph Martin diz que morphe é “natureza essencial” em oposição à “forma exterior” schema. O erudito Lightfoot diz que morphe implica não em características externas, mas em atributos essenciais.
Há uma profunda conexão entre morphe e schema. A primeira se refere àquilo que é anterior, essencial e permanente na natureza de uma pessoa ou coisa; enquanto a segunda aponta para seu aspecto externo, acidental ou aparente. O que Paulo está dizendo, pois, em Filipenses 2.6 é que Cristo Jesus sempre foi (e continuará sempre sendo) Deus por natureza, a expressa imagem da Divindade. O caráter específico da Divindade, segundo se manifesta em todos os atributos divinos, foi e é sua eternidade, diz William Hendriksen. Jesus sempre foi Deus (Jo 1.1; Cl 1.15; Hb 1.3). Ele sempre possuiu toda a glória e louvor no céu. Com o Pai e o Espírito Santo, ele sempre reinou sobre o universo.
Há uma outra verdade gloriosa exposta no versículo 6. O apóstolo Paulo diz que Jesus “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, ou seja, não considerou a sua igualdade com Deus como “algo que deveria reter egoisticamente”. A palavra grega aqui traduzida por “usurpação” é harpagmos. Essa palavra só aparece aqui em toda a Bíblia. Ela provém de um verbo que significa arrebatar ou aferrar-se. Jesus não se agarrou aos privilégios de sua igualdade com Deus, antes abriu mão dela por amor aos homens. Ralph Martin afirma que para o Cristo pré-encarnado, ao invés de imaginar que igualdade com Deus significa obter, ao contrário, ele deu – deu até tornar-se vazio.
F. F. Bruce interpreta corretamente essa questão, quando escreve:
Não existe a questão de Cristo tentar arrebatar, ou apoderar-se da igualdade com Deus: ele é igual a Deus, porque o fato de ele ser igual a Deus não é usurpação; Cristo é Deus em sua natureza. Tampouco existe a questão de Cristo tentar reter essa igualdade pela força. A questão fundamental é, antes, que Cristo não usou sua igualdade com Deus como desculpa para autoafirmação, ou autopromoção; ao contrário, ele a usou como ocasião para renunciar a todas as vantagens ou privilégios que a divindade lhe proporcionava, como oportunidade para auto empobrecimento e auto sacrifício sem reservas.
F. F. Bruce diz que em vez de explorar sua igualdade com Deus, e dela auferir vantagens, Jesus se despojou a si próprio, não de sua natureza divina, visto que isso seria impossível, mas das glórias e das prerrogativas da divindade. Isto não significa que ele trocou sua natureza (ou forma) divina pela natureza (ou forma) de um escravo: significa que ele demonstrou a natureza (ou forma) de Deus na natureza (ou forma) de um escravo. No cenáculo, Jesus pegou uma bacia, cingiu-se com uma toalha e lavou os pés dos discípulos e depois, disse-lhes: “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”.
William Hendriksen, abrindo uma janela para o nosso entendimento dessa gloriosa verdade, diz que a inferência é que Cristo se esvaziou de sua existência-na-forma-de-igualdade-a-Deus e ilustra com alguns pontos.
Bruce Barton comentando este texto diz que Jesus não era parte homem e parte Deus; ele era completamente humano e completamente divino. Antes de Jesus vir ao mundo, as pessoas só podiam conhecer a Deus parcialmente. Depois, puderam conhecê-lo plenamente, porque ele se tornou visível e tangível. Cristo é a perfeita expressão de Deus em forma humana. Ele é a exegese de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Como homem, porém, Jesus estava limitado a lugar, tempo, e outras limitações humanas. Contudo, ele não deixou de ser plenamente Deus ao tornar-se humano, embora tenha abdicado de sua glória e seus direitos.


Nasceu numa manjedoura 
E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Lucas 2:7

Phatne , manjedoura – também denota estábulo .Assim na Septuaginta , a palavra denota não só manjedoura , mas , por metonímia , estábulo ou estrebaria  que continha a manjedoura
 Pelo fato de estar em uma manjedoura se declarava que Jesus era rei dos pobres.Com base na posição na qual se encontrava, os pobres, sem dúvida, foram capazes de reconhecer imediatamente a relação que teria com eles. O anjo ao falar: “Isto os servirá de sinal: achareis o menino envolto em panos, deitado em uma manjedoura”, creio que provocou sentimentos da maior cordialidade fraternal nas mentes dos pastores. Aos olhos dos pobres, os trajes imperiais não provocam nenhum afeto, mas um homem que anda com as mesmas roupas comuns, atrai sua confiança. Com que persistência os obreiros se agregam a um líder da sua própria categoria, e creem nele porque conhece suas fadigas, se identifica com suas aflições e sente um interesse por todas as suas inquietudes. Os grandes comandantes ganharam rapidamente os corações de suas tropas compartilhando suas dificuldades e adversidades como se fossem soldados rasos. O Rei dos Homens que nasceu em Belém não esteve isento em Sua infância das calamidades comuns dos pobres, mas ainda, Sua porção foi inclusive pior que a deles. Parece até que ouço aos pastores que comentam à manjedoura da natividade: “Ah!”, disse um ao seu companheiro, “então ele não será como Herodes, o tirano; lembrará da manjedoura e se compadecerá dos pobres; pobre criança indefesa, já sinto amor por Ele; que alojamento miserável este indiferente mundo concede a seu Salvador; quem nasceu hoje não é um dos Césares. Ele nunca pisará nossos campos com Seus exércitos, nem sacrificará nossos rebanhos para dar aos seus cortesãos. Ele será o amigo do homem pobre, o monarca do povo; de acordo com as palavras do nosso rei-pastor, Ele julgará os aflitos do povo e salvará os filhos dos necessitados”.

1-    Houve outras razões pela qual Cristo deveria ser colocado na manjedoura.

 Eu penso que isso tinha o propósito de mostrar Sua humilhação. Conforme a profecia, Ele veio para ser “desprezado e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, experimentado nos sofrimentos”; “não há beleza nele, nem nada em sua aparência que o torne desejável”; “como raiz saída de uma de terra seca”.
Teria sido apropriado que o homem que deveria morrer nu na cruz estivesse coberto de púrpura em seu nascimento? Não teria sido inapropriado que o Redentor, que haveria de ser sepultado em um sepulcro emprestado nascesse em outro lugar que não fosse a cobertura mais humilde e que fosse abrigado em outro lugar que não fosse o mais pobre? A manjedoura e a cruz, localizados nos dois extremos da vida terrena do Salvador, parecem muito apropriados e congruentes entre si. Jesus haveria de usar ao longo da vida a túnica de um camponês; haveria de associar-se com pescadores; os de humilde condição haveriam de ser seus discípulos; os frios montes tinham que ser frequentemente Seu único leito; haveria de dizer: “as raposas têm covis, e as aves do céu ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde recostar a cabeça”; nada, portanto, poderia ser mais apropriado que, em Sua etapa de humilhação, – quando deixou de lado toda Sua glória e tomou a forma de servo e se rebaixou ao estado mais humilde – ser colocado em uma manjedoura.
Pelo fato de estar em uma manjedoura se declarava que Jesus era rei dos pobres. Com base na posição na qual se encontrava os pobres, sem dúvida, foram capazes de reconhecer imediatamente a relação que teria com eles. O anjo ao falar: “Isto os servirá de sinal: achareis o menino envolto em panos, deitado em uma manjedoura”, creio que provocou sentimentos da maior cordialidade fraternal nas mentes dos pastores. Aos olhos dos pobres, os trajes imperiais não provocam nenhum afeto, mas um homem que anda com as mesmas roupas comuns, atrai sua confiança. Com que persistência os obreiros se agregam a um líder da sua própria categoria, e creem nele porque conhece suas fadigas, se identifica com suas aflições e sente um interesse por todas as suas inquietudes. Os grandes comandantes ganharam rapidamente os corações de suas tropas compartilhando suas dificuldades e adversidades como se fossem soldados rasos.
O Rei dos Homens que nasceu em Belém não esteve isento em Sua infância das calamidades comuns dos pobres, mas ainda, Sua porção foi inclusive pior que a deles. Parece até que ouço aos pastores que comentam à manjedoura da natividade: “Ah!”, disse um ao seu companheiro, “então ele não será como Herodes, o tirano; lembrará da manjedoura e se compadecerá dos pobres; pobre criança indefesa, já sinto amor por Ele; que alojamento miserável este indiferente mundo concede a seu Salvador; quem nasceu hoje não é um
dos Césares. Ele nunca pisará nossos campos com Seus exércitos, nem sacrificará nossos rebanhos para dar aos seus cortesãos. “Ele será o amigo do homem pobre, o monarca do povo; de acordo com as palavras do nosso rei-pastor, Ele julgará os aflitos do povo e salvará os filhos dos necessitados”.

2-    Que haviam outros além da hospedaria que não tinham lugar para Cristo.

 Acaso os palácios dos imperadores e os salões dos reis não forneceram nenhum abrigo ao Rei estrangeiro? Ai, meus irmãos, raramente há lugar para Cristo nos palácios! Como poderiam os reis da Terra receberem o Senhor? Ele é o Príncipe da Paz e eles se deleitam na guerra! Ele quebra os seus arcos e corta em pedaços suas lanças; queima seus carros de guerra
no fogo. Como poderiam os reis aceitarem ao humilde Salvador? Eles amam a grandeza e a pompa, e todo Ele é simplicidade e mansidão. Ele é o filho de um carpinteiro, e o companheiro do pescador. Como podem os príncipes encontrarem lugar para o monarca recém nascido? Vamos, Ele nos ensina a fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem por nós, e isto
é algo que os reis achariam muito difícil de reconciliar com os astutos truques da política e os gananciosos projetos da ambição. Oh, grandes da Terra, pouco me surpreende que em meio às suas glórias, prazeres, guerras e conselhos, esqueçam o Ungido, e expulsem ao Senhor de Tudo. Não há lugar para Cristo com os reis. Considerem todos os reinos da Terra agora, e com uma exceção aqui e outra ali, segue sendo verdade que: “Se levantarão os reis da Terra, e príncipes conspirarão unidos contra Jeová e contra seu ungido.”
Veremos algum monarca por aqui e por ali no céu; mas, ah, quão poucos serão; na verdade, uma criança poderia fazer sua conta. “Não são muitos sábios segundo a carne, nem muito poderosos”. As Câmaras, os gabinetes, os salões e os palácios reais são tão pouco frequentados por Cristo como as selvas e os pântanos da Índia são muito pouco frequentados pelo cauteloso viajante. Ele visita com muito mais assiduidade os casebres que as residências reais, pois não há lugar para Jesus Cristo nos salões reais.


3 - A própria hospedaria não tinha lugar para Ele.

E esta foi a principal razão pela qual Ele teve que ser colocado na manjedoura.
O que podemos encontrar nos tempos modernos que ocupe o lugar da hospedaria? Bem, há um sentimento público que é livre para todos. Nesta terra livre, os homens dizem o que querem, e há uma opinião pública sobre qualquer tema; e vocês sabem que há uma livre tolerância neste país para tudo: permitam-me dizê-lo, tolerância para tudo, menos para Cristo. Vocês descobrirão que o espírito da perseguição é agora muito mais abundante que nunca. Há ainda homens de quem está muito em voga zombar. Nós nunca zombamos dos cristãos hoje em dia; não rimos desse título respeitável, não acontecerá de perdermos nossa própria honra, nós não falamos hoje em dia contra os seguidores de Jesus, sob esse nome. Não; mas descobrimos uma maneira de fazê-lo com maior segurança. Há uma doce palavra que é de moderna invenção, uma palavra muito bonita – a palavra “sectário”. Você sabe o que significa? Um sectário quer dizer um verdadeiro cristão; um homem que se pode dar ao luxo de manter uma consciência, que não se importa em sofrer por ele; qualquer homem que, seja o que for que encontre neste velho Livro, crê, e age com base nele, e é zeloso em fazê-lo. Eu creio que os homens a quem se tenta definir com o termo “sectários”, são os verdadeiros seguidores de Cristo, e que os escárnios e as zombarias, e todas as besteiras que vocês estão lendo e ouvindo sempre, estão dirigidas realmente ao cristão, ao verdadeiro cristão, só que está disfarçado e rotulado com a palavra “sectário”. Eu não daria um centavo pela sua religião, e mais, não daria nem sequer um cominho a menos que vocês ganhem esse título algumas vezes. Se a Palavra de Deus é verdadeira, se cada um de seus átomos é verdadeiro, e então devemos atuar de acordo; e toda coisa que o Senhor mande, devemos guardá-la e obedecê-la diligentemente, lembrando que nosso Mestre nos diz que, “se transgredimos um desses mandamentos muito pequenos, e assim ensinamos aos homens, de muito pequenos seremos chamados em Seu reino”. Temos que ser muito cuidadosos, muito precisos, muito ansiosos para que até nos detalhes das leis de nosso Salvador lhe obedeçamos, tendo levantado o nosso olhar a Ele assim como os olhos das servas estão postos em suas amas.

Foi até a Rude  Cruz

E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, (João 19.17)
A crucificação reunia as quatro qualidades que os romanos mais valorizavam numa execução: agonia impiedosa, morte prolongada, espetáculo público e humilhação total.
De acordo com o historiador grego Heródoto, os persas inventaram a prática depois de experimentar outras formas de morte lenta, incluindo morte por apedrejamento, afogamento, combustão, fervilhamento, estrangulamento e esfolamento. Por fim, passaram a executar as pessoas que consideravam particularmente detestáveis empalando-as em estacas com o objetivo de impedir a contaminação do solo, que seu deus Ormuzd criara como algo sagrado.
Mais tarde, a crucificação tornou-se uma ferramenta usada por Alexandre, o Grande, os quatro generais que o sucederam e finalmente os cartagineses, de quem os romanos a aprenderam. Os gregos e os primeiros romanos reservavam a crucificação a rebeldes, escravos fugitivos, soldados desertores e à pior espécie de criminosos.
Jesus não teria carregado à cruz inteira, que deveria pesar mais de cem quilos. Até mesmo um homem que não tivesse sido açoitado encontraria dificuldade em arrastar — quanto mais carregar — tanto peso por mais de cem metros. A travessa da cruz, chamada de patibulum, “era colocada na nuca da vítima e equilibrada pelos dois  ombros”.
A parte vertical, chamada de stipes, esperava pela vítima no local da crucificação, normalmente ao lado de uma via principal que levava à cidade. Uma vez ali, o patibulum era conectado ao topo da stipes por meio de um entalhe para formar um enorme “T ” maiúsculo.
Se a Jerusalém do século I tinha alguma semelhança com a de hoje, praticamente qualquer rota que passasse por dentro da cidade seria um pesadelo claustrofóbico. Os becos estreitos e tortuosos estariam cheios de visitantes por conta da festa da Páscoa.
Inclinou a cabeça para trás, tomou o último fôlego e gritou: “ Tetelestai”. A maioria dos presentes entendeu essa expressão grega. Era um termo contábil. Arqueólogos encontraram recibos de impostos em papiro nos quais se lia a palavra “tetelestai”, significando “totalmente pago”. Com o último fôlego de Jesus na cruz, ele declarou que a dívida do pecado estava eliminada, completamente quitada.
Crucificação ou crucifixão foi um método de execução utilizado na Antiguidade e comum tanto em Roma quanto em Cartago. Abolido no século IV, por Constantino, consistia em torturar o condenado e obrigá-lo a levar até o local do suplício a barra horizontal da cruz, onde já se encontrava a parte vertical cravada no chão. De braços abertos, o condenado era pregado na madeira pelos pulsos e pelos pés e morria, depois de horas de exaustão, por asfixia e parada cardíaca (a cabeça pendida sobre o peito dificultava sobremodo a respiração).
Crê-se que foi criado na Pérsia , sendo trazido no tempo de Alexandre para o Ocidente, sendo então copiado dos cartagineses pelos itálicos. Neste ato combinavam-se os elementos de vergonha e tortura, e por isso o processo de crucificação era olhado com profundo horror. O castigo da crucificação começava com flagelação, depois do criminoso ter sido despojado de suas vestes. No azorrague os soldados fixavam os pregos, pedaços de ossos, e coisas semelhantes, podendo a tortura do açoitamento ser tão forte que às vezes o flagelado morria em consequência do açoite.O flagelo era cometido ao réu estando este preso a uma coluna.
No ato de crucificação a vítima era pendurada de braços abertos em uma cruz de madeira, amarrada ou, raramente, presa a ela por pregos perfurantes nos punhos e pés. O peso das pernas sobrecarregava a musculatura abdominal que, cansada, tornava-se incapaz de manter a respiração, levando à morte por asfixia. Para abreviar a morte os torturadores às vezes fraturavam as pernas do condenado, removendo totalmente sua capacidade de sustentação, acelerando o processo que levava à morte. Mas era mais comum a colocação de "bancos" no crucifixo, que foi erroneamente interpretado como um pedestal. Essa prática fazia com que a vítima vivesse por mais tempo. Nos momentos que precedem a morte, falar ou gritar exigia um enorme esforço.
O termo vem do Latim crucifixio ("fixar a uma cruz", do prefixo cruci-, de crux ("cruz"), + verbo figere, "fixar ou prender".)
Marco Túlio Cícero, em latim Marcus Tullius Cicero (Arpino, 3 de Janeiro de 106 a.C. — Formia, 7 de Dezembro de 43 a.C.), foi um filósofo, orador, escritor, advogado e político romano dissse que : Era a cruz o mais infame dos suplícios e o castigo ordinário de ladrões de estradas, assassinos, traidores e escravos. Cícero, escritor romano, chamava-lhe “a mais cruel e atroz das condenações à morte”. O próprio nome cruz era motivo de opróbrio, culpa e ignomínia.

Vários povos usavam a crucificação

Nas mais célebres nações do mundo foram usadas o suplício da cruz. Entre os assírios, antes do nascimento de Abraão, Pharmo, rei da Média, foi crucificado por mandado de Nino, seu vencedor. Entre os hebreus, o rei Janneo (Janeu), filho de Hircano, mandou crucificar oitocentos deles. Entre os gregos, Xantippe, general dos atenienses, condenou ao suplício da cruz a Artayete, governador da Etólia. Os gregos demonstravam verdadeiro pavor à crucificação, e por isso não a adotaram como forma de execução de seus criminosos. Ela só passou a fazer parte dos costumes gregos no tempo de Alexandre, o Grande, que a imitou dos persas. Foi praticada na Síria sob os selêucidas, e no Egito sob o governo dos ptolomeus. Em Siracusa, cidade grega, Dionísio, o tirano, praticou-a inspirado pelos cartagineses.
Os romanos também a adotaram observando o exemplo dos cartagineses. Essa prática, que começou a ser usada em Roma como punição aos escravos, passou a ser aplicada também aos prisioneiros de guerra, aos desertores, aos ladrões, e, sobretudo aos revoltosos vencidos. Tempos depois passou a ser utilizado em Israel. Herodes, o Grande, mandou crucificar mais de 2.000 judeus que se rebelaram contra ele. Durante o cerco de Jerusalém em 70 d.C., os romanos chegaram a crucificar 500 judeus por dia, segundo testemunho do historiador e comandante das tropas judaicas rebeladas, Flávio Josefo.


Palavras da cruz

Palavra de Perdão - E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.(Lucas 23:33-34)

Palavra de Salvação - E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.(Lucas 23:42-43)

Palavra de provisão - E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena.
Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.(João 19:25-27)

Palavra de solidão - E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?( Mateus 27:46)

Palavra de aflição - Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. (João 19:28)

Palavra de separação - E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou. (Lucas 23:46)

Palavra de vitoria - E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. (João 19:30)
Assim, falar da cruz de Cristo significa sempre falar de vitoria.
Houve uma vitoria em termos legais, posto que a cédula que nos era contraria , foi cravada na cruz.
Houve uma vitoria em termos militares, pois Cristo atuou como general no grande conflito de ordem espiritual contra todos os inimigos.
O Cristo da Cruz é um Cristo amoroso, eterno sofredor, perdoador, redivivo e vencedor.

Conclusão
Cristo não foi para a cruz porque Judas o traiu por ganância, porque os sacerdotes o entregaram por inveja ou porque Pilatos o condenou por covardia.
Ele foi para a cruz porque o Pai o entregou por amor e porque ele a si mesmo se entregou por nós. Ele morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3). Nós o crucificamos. Nós estávamos lá no Calvário não como plateia, mas como agentes da sua crucificação.  

N’Ele nossa eterna Salvação!

Marcos Serafim Silva

Notas : Gomes,Gesiel – a teologia da Cruz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crucifica%C3%A7%C3%A3o   
http://www.santovivo.net/gpage311.aspx      
http://hernandesdiaslopes.com.br/2009/04/a-humilhacao-e-a-exaltacao-de-cristo/#.VIVyHDHF8x4
Meier, John P.. A Marginal Jew: The roots of the problem and the person. [S.l.]: Yale University Press, 1991. p. 407. ISBN 978-0-300-14018-7.
http://www.ipirondonopolis.com.br/2014/03/mensagem-crucificacao-de-jesus.html
http://veja.abril.com.br/241203/p_112.html
Traduzido de http://www.spurgeon.com.mx/sermon485.pdf Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público e com permissão de Allan Roman do espanhol.

Sermão nº 485—Volume 8 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit, Tradução: Rachel Gondim -Revisão: Armando Marcos Pinto  - Capa e Diagramação: Sálvio Bhering.

14 de out. de 2014

Vem aí a nova biologia. Ou não.

NOTÍCIAS SOBRE BIOLOGIA voltadas ao público geral com frequência fazem referência à briga de acadêmicos contra o criacionismo –o movimento defensor de que seres vivos foram criados por Deus, não pelos processos descritos na teoria da evolução. Ofuscado por essa discussão infrutífera de cientistas lançando argumentos racionais contra mentes religiosas impenetráveis, porém, existe um debate sério sobre se a biologia evolutiva está ou não carente de atualização.
Esse movimento defende que a chamada “nova síntese” –a teoria da evolução de Darwin reformulada à luz da genética e, depois, da biologia molecular– precisa ser recauchutada. Liderados por biólogos como Gerd Muller, da Universidade de Viena, e Eva Jablonka, da Universidade de Tel Aviv, esses pesquisadores defendem aquilo que batizaram de EES (Síntese Evolucionária Estendida). É um corpo de conhecimento baseado em fenômenos que correm paralelamente aos descritos pela seleção natural de Darwin. Mas seria esta nova biologia algo com força suficiente para tornar a nova síntese uma teoria ultrapassada?
Para defender uma mudança radical, Jablonka recorre a fenômenos como a epigenética –transmissão de características que não requer mudança do DNA– e à construção de nichos –capacidade de animais de alterarem seu próprio ambiente e, portanto, modificar as pressões que a seleção natural exerceria sobre eles mesmos. Também são alvo de estudo da EES o “viés de desenvolvimento” –a impossibilidade de organismos de adquirirem certas formas enquanto evoluem– e a plasticidade –capacidade de um indivíduo de adquirir diferentes formas reagindo a seu ambiente.
Todos esses fenômenos, que são tratados pela (velha) nova síntese apenas como processos marginais, seriam sinal de que uma teoria de evolução com excesso de foco na biologia molecular se tornou incapaz de dar conta da explicação de processos que ocorrem sem interação com o DNA. Só a incorporação desses outros fenômenos, argumentam, pode salvar a teoria da evolução de se tornar algo ultrapassado.

TRAMANDO A REVOLUÇÃO

Entrevistei Jablonka em 2007 e achei interessante e bem fundamentada  sua defesa de que a epigenética reabilita ideias malditas do naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829). Mas fiquei incomodado com sua crítica ao conceito de “gene egoísta”, a expressão criada pelo biólogo Richard Dawkins para descrever a centralidade da biologia molecular no processo evolutivo.
No ano seguinte, um congresso organizado por Jablonka e outros correligionários em Altenberg (Áustria) mostrou com mais clareza qual era a intenção do grupo. Os 16 cientistas presentes finalmente cunharam ali a sigla EES, para colocá-la em oposição ao que chamavam de SET (Teoria Evolucionária Padrão), rebatizando a nova síntese com um nome que a faz parecer algo ultrapassado. Ninguém ali se atreveu a usar o palavrão iniciado com “P”, mas a intenção era claramente a de declarar que a EES seria um novo paradigma na biologia.
Muita gente se impressionou. Outros, incluindo Dawkins, nunca deram muita bola. Desde então, deixei de acompanhar essa escaramuça, e confesso que a maior parte do conhecimento de almanaque que tenho sobre evolução acabei adquirindo como ouvinte no curso de Hopi Hoekstra e Andrew Berry, professores de Harvard que não simpatizam com o grupo de Jablonka.

CONFRONTO DIRETO
Foi só lendo a edição desta semana da revista “Nature” que finalmente tomei pé de como está essa discussão agora, ao me deparar com dois artigos, um a favor e um contra decretar que a teoria da evolução precisa ser repensada. Em contraposição estavam justamente as duas biólogas que já tive o privilégio de ouvir pessoalmente, Jablonka e Hoekstra, além de seus coautores.
Vale a pena ler. Como já deixer transparecer meu viés aqui, posso dizer que a argumentação de Hoekstra me convenceu de que a sigla EES é mais um adendo teórico do que uma revolução. É uma tentativa de alguns biólogos de se autoatribuírem a responsabilidade por uma mudança de paradigma, quando, na verdade, o que ocorre é um avanço gradual, no qual epigenética, construção de nicho, plasticidade etc. vão se integrando à teoria da evolução tradicional.
Mas o grupo da EES não quer saber de se render. “Essa não é uma tempestade num copo d’água acadêmico, é a luta pela própria alma da disciplina [da evolução]”, escreve o grupo de Jablonka, num texto com Kevin Laland como autor principal. Hoekstra retruca: “Nós também queremos uma síntese evolucionária estendida, mas para nós essas palavras estão em letra minúscula, porque nosso campo sempre avançou assim”.

DE VOLTA ÀS ORIGENS
Talvez seja tudo uma questão de nome. Darwin, por exemplo, publicou um livro inteiro sobre como minhocas alteram seu próprio ambiente por meio de sua ação no solo. “Hoje nós chamamos esse processo de construção de nicho, mas o novo nome não altera o fato de que biólogos evolucionários têm estudado feedback entre organismos e seu ambiente por mais de um século”, diz Hoekstra.
O problema, talvez, seja o de achar que a biologia precisa de uma grande ruptura, para seguir em frente apenas por meio de grandes saltos. A quebra de paradigma, o modelo de avanço científico descrito pelo filósofo Thomas Kuhn, não se aplica muito bem à biologia, já defendia o saudoso Ernst Mayr, biólogo com importantes contribuições filosóficas à disciplina. “Precisamos também lembrar que Kuhn era físico e que sua tese reflete o pensamento ‘essencialista’ e ‘saltacionista’ tão disseminado na física”, escreveu.
Mesmo a teoria de Darwin, a coisa que mais próxima de uma revolução que já ocorreu dentro da biologia, levou quase um século de debates e avanços graduais para se consolidar na forma da nova síntese. Não se estabeleceu de forma tão brusca quanto a relatividade de Einstein, por exemplo. E mesmo a física pós-Einstein não parece estar avançando em saltos tão grandes. Não há nada de errado com a ciência feita por Jablonka, Muller e seus colegas, que têm dado boas contribuições para entender processos biológicos complexos. Mas vender o advento da epigenética e companhia como uma revolução me parece algo um tanto caricaturesco.


Fonte : http://teoriadetudo.blogfolha.uol.com.br/2014/10/14/vem-ai-a-nova-biologia-ou-nao/

3 de out. de 2014

Quem é Jezabel?

POR JUDSON CANTO
Do artigo: Lições Bíblicas: “Tiatira, a igreja tolerante”, em dia de profunda irritação.

As lideranças mais legalistas das Assembleias de Deus costumam usar a figura de Jezabel para condenar a vaidade feminina na questão de usos e costumes, lembrando que ela “se pintou em volta dos olhos” (2Rs 9.30), mas isso demonstra a tendência farisaica de coar um mosquito e engolir um camelo.
O “camelo” de Jezabel era a prostituição física e espiritual (Ap 2.20). Quanto ao “mosquito”, o texto nem mesmo é condenatório, apenas descreve um costume.
É de espantar o número de líderes zelosos da “sã doutrina” que vendem o seu voto aos políticos em épocas de eleição, que são coniventes com pecados graves de membros mais abastados ou que agem como ímpios no âmbito das convenções eclesiásticas.
Eles é que se parecem com Jezabel, a despeito de não terem os olhos pintados.


28 de set. de 2014

Até que todos bebam



Texto: Gênesis 24:19

Introdução
                                     

    Considerações gerais – tanto no hebraico como no grego temos que considerar apenas uma palavra. No grego é údor, um liquido composto de oxigênio e hidrogênio (H2O)  
A água é o líquido indispensável para manter a saúde e a beleza. Problemas como pele seca, cabelos fracos, inchaços, hipertensão e cálculos renais podem ser evitados com a ingestão de dois litros de água por dia. Além disso, a água é um forte aliado para quem deseja emagrecer, pois o seu consumo induz a sensação de saciedade. Segundo Gabriel Cairo Nunes, especialista e nutricionista esportivo da Clínica HealthMe Gerenciamento de Perda de Peso (SP), beber água contribui para o bom funcionamento do organismo, atuando de maneira completa em todas as áreas do corpo: “Isso não só ajuda a manter a pele saudável como também influencia na formação de ácidos graxos, responsável pela manutenção e lubrificação da pele, protegendo-a da evaporação excessiva de água e de outros micro-organismos, além de construir uma barreira de proteção contra os agentes externos”
A água na teologia bíblica tem dois aspectos que parecem contraditórios: um é vida, bênção, sinal da presença de Deus, imagem da pessoa que se deixa conduzir por Deus e por sua  graça. O outro é  caos, morte, destruição e  ausência de  Deus. Apesar  de parecerem contrários, os dois decorrem da experiência vital do povo de Israel. Você é alguém? Se for, então se aproxime do poço. Você está qualificado para sua água.
Beber representa uma recepção para a qual nenhuma aptidão é requerida. Um louco, um ladrão, uma prostituta pode beber; e tal pecaminosidade de caráter não é empecilho para o convite ao crente em Jesus. Não precisamos de taça de ouro, nem de cálice adornado, no qual transportar a água para o sedento; a boca da pobreza é convidada a inclinar-se e tomar goles da corrente que flui. Lábios cheios de bolhas, leprosos, sujos podem tocar a corrente do amor divino; eles não podem poluí-la, mas eles serão purificados. Jesus é a fonte da esperança.
A Bíblia é aberta e fechada com a teologia da água.
A Bíblia faz mais de 300 referências sobre a água e outras 80 sobre a chuva.


1Água é fonte de vida 


Água é um elemento vital para a vida na terra. A água é um elemento composto por dois átomos de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O), formando a molécula de H2O. É uma das substâncias mais abundantes em nosso planeta e pode ser encontrada em três estados físicos: sólido (geleiras), líquido (oceanos e rios), e gasoso (vapor d’água na atmosfera). Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontram-se coberta por agua. No entanto, menos de 3% deste volume é de água doce, cuja maior parte está concentrada em geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas superficiais para as atividades humanas. A água está distribuída da seguinte forma no planeta Terra:
- 97,5% da disponibilidade da água do mundo estão nos oceanos, ou seja, água salgada.
- 2,5% de água doce e está distribuída da seguinte forma:
- 29,7% aquíferos;
- 68,9% calotas polares;
- 0,5% rios e lagos;
- 0,9% outros reservatórios (nuvens, vapor d’água etc.).
A falta de água no organismo pode causar desidratação, fadiga, cansaço, intestino irregular, câimbras, pressão sanguínea irregular, pele seca e problemas nos rins. 
O Dia Mundial da Água foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, sendo comemorado no dia 22 de março.
Não há como viver sem a água. Ela representa de 40% a 80% do peso total do ser humano, e funções vitais dos órgãos dependem dela para realizar-se plenamente.
Para suprir todas as necessidades do organismo é preciso tomar, em média, dois litros de água todos os dias. A nutricionista Camila Leonel da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) explica que, ao longo de 24 horas, perdemos aproximadamente dois litros de água por meio da transpiração, urina, respiração e outras atividades que mantêm as funções vitais. “O corpo não possui reservas ou condições para armazenamento de água. É essencial que a sua reposição seja diária para manter a saúde e as funções básicas do organismo. Em medidas caseiras, essa quantidade representa oito copos”.
“O que acontece com frequência é que muita gente espera ter sede para beber água. A sede é um sinal de alerta para a necessidade do corpo por água. Ela aparece quando a quantidade de líquidos no organismo já se encontra abaixo do nível desejado. Por isso, não espere a sede chegar e o seu corpo ficar com os níveis de água na reserva. Reabasteça seu organismo com frequência”, enfatiza Leonel.
Os indivíduos desidratados apresentam menor volume de sangue que o normal, o que acaba atrapalhando o funcionamento do coração. A falta de água pode causar fraqueza, tontura, dor de cabeça, fadiga e, se for muito prolongada, levar à morte.
Uma dica é: tenha sempre uma garrafa de água ao alcance das mãos, pois a reposição de líquidos deve ser frequente e independente da sensação de sede. Além disso, se dois litros de água lhe parecem demais, saiba que parte da ingestão diária pode ser suprida com outras fontes, como sucos, água de coco, leite, frutas, chás e sopas.
Se esses detalhes ainda não convenceram sobre a importância de beber rigorosamente a quantidade necessária de água por dia, aqui vão outros cinco benefícios da água:
* Regula a temperatura corporal - Durante os exercícios físicos ou quando o clima está muito quente, a água do organismo é liberada pela transpiração para regular a temperatura e evitar que nosso organismo esquente demais ou sofra alterações térmicas bruscas.
* Desintoxica o corpo - Ela auxilia na prevenção e no tratamento de infecção urinária, pois o líquido estimula as idas ao banheiro, o que ajuda a “limpar” o trato urinário. Em parceria com a ação das fibras alimentares, a água ajuda a formar e hidratar o bolo fecal, evitando que ele fique ressecado e, como consequência, cause constipação intestinal. Também auxilia na respiração, pois dilui o muco, o que facilita a expectoração de resíduos pulmonares.
*Absorção e transporte de nutrientes - A água auxilia na absorção de nutrientes e glicose. Além disso, o líquido ajuda no transporte dessas substâncias pela corrente sanguínea e na distribuição para as diversas partes do organismo.
* Emagrecimento - Além de reduzir a retenção de líquidos, pois coloca os rins para trabalhar, a água também traz sensação de saciedade. Assim, ingerir dois ou três copos antes da refeição ajuda a controlar o apetite. Sem contar que não tem nenhuma caloria.
* Pele bonita - Promove a revitalização das células e mucosas. Na pele, isso resulta em uma hidratação de dentro para fora. Portanto, ela constitui o método mais barato e eficaz para evitar o ressecamento e a descamação.
Para mais de 750 milhões de pessoas, a falta de água potável ainda é uma realidade, como no Distrito de Meatu, no norte da Tanzânia.
A água é símbolo em todas as culturas antigas de purificação, renascimento, fecundidade… A Criação está marcada por este símbolo, já que “o Espírito sobrevoava as águas” (Gen 1, 2)
Usada na limpeza física, a água serve também na purificação cultual (Ex 30,17s; Lv 16,4.24) e ritual (Nm 19,11-22). Para os tempos escatológicos Deus promete derramar sobre o povo águas purificadoras, acompanhadas de seu Espírito (Ex 36,25-27; Is 44,3; Zc 13,1s).

2 - Jesus é a fonte de água viva

 “Se alguém tem sede venha a mim e beba”.
O termo tehôm descreve uma fonte inesgotável de agua, ou por via de comparação poética, de benção. A palavra potizõ do grego dar de beber, fazer beber é empregado: no sentido material, ministrar aos que perecessem a Cristo e , assim, estão fazendo tanto quanto Ele mesmo.
Figurativamente, em referência ao ensino de uma característica elementar; ao regar espiritualmente pelo ensino da Palavra de Deus.      
A água penetra em lugares difíceis de outros elementos chegarem. Assim é Jesus, que penetra em lugares inatingíveis pelo homem, Jesus é a fonte de água viva, e pelo Espírito Santo penetra na necessidade do homem, que passa a ter vida, onde não nascia nada, quando nasce essa água, nasce vida.
Jesus apresenta-se como fonte inesgotável por algumas vezes: 

A mulher samaritana encontra-se com a fonte  


A passagem em João 4:10-26 é por vezes chamada de Discurso sobre a Água da Vida e estas referências no Evangelho de João são também interpretadas como sendo relacionadas à "Água da Vida" .
Nenhuma referencia à cidade de Samaria, que ficava muito distante, mas ao território dos samaritanos. Ela vinha equipada para tirar agua. Considerando que a aldeia de Sicar tinha agua, é possível que a caminhada solitária da mulher ao posto indique uma espécie de ostracismo imposto pelas outras mulheres da sociedade. Jesus interrompeu o silencio pedindo agua para beber. Era um pedido natural à vista do seu cansaço. É um lembrete pungente da humanidade de nosso Senhor.
Atendido ou não (a Ultima alternativa parece mais provável), o pedido introduziu a conversa. A partida dos discípulos foi providencial, pois a mulher não teria conversado com Jesus na presença deles. Duas coisas deixaram a mulher admirada: Jesus fizesse tal pedido a uma mulher, pois os rabis evitavam qualquer contato com mulheres em publico; e particularmente que ele falasse assim com alguém que era samaritano. Para explicar sua admiração, o escritor acrescenta a observação que os judeus não se associavam com os samaritanos. Isto não pode ser aceito em sentido absoluto, pois foi refutado pelo versículo 8. Mostra a indisposição que havia entre os dois grupos de pessoas. Os judeus desprezavam os samaritanos porque era um povo de sangue e religião misturados, apesar de possuírem o Pentateuco e professarem adorar o Deus de Israel. Um significado mais restrito foi proposto para as palavras da mulher.
Os judeus não usam os mesmos vasos que os samaritanos. Isto se aplica a situação (D. Daube, The New Testament and Rabbinic Judaism, pág. 375-382).
Respondendo, Jesus afastou-se, sugerindo que a mulher tinha a necessidade mais profunda, que alguém podia a tender por meio do dom de Deus. Alguns em termos pessoais, referindo-se ao próprio Cristo, mas provavelmente seria melhor que o tornássemos equivalente a agua viva.                
 A água natural cria dependência. A água espiritual resolve a situação para sempre, Jo 4.13-14, “13 Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; 14, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. Jesus estava neste texto conversando com a mulher samaritana”.
Pensando no poço que estava diante dele, a mulher ficou perplexa, Jesus não tinha nenhum utensilio para tirar agua e o poço era fundo. No fundo estava a agua viva (corrente) alimentada por uma fonte. Este rabi estava pretendendo evocar o nome de Jacó só conseguiria com árduo trabalho? Ele realmente seria maior se conseguisse.
A agua do poço tinha que ser consumida ininterruptamente, mas a agua que Cristo fornece satisfaz de modo que a pessoa nunca mais terá sede. É assim que a vida eterna refrigera.   
A Bíblia diz que somos prisioneiros num poço sem água (Zc 9.11). Pense nisso, presos num poço sem água. Quanto tempo acha que pode viver uma pessoa sem beber água? Não muito. Podem-se viver muitos dias sem alimentos, mas sem água não.
E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
Três classes são convidadas a vir beber desta agua:
- Aqueles que ouvem
- Aqueles que têm sede
- Aqueles que vêm  
Jesus se apresenta como fonte de Agua Viva 

 Esse uso da agua é muito frequente nas escrituras. O Senhor chama a si mesmo de manancial de agua vivas (Jeremias 2:13 ; 17:13) E Jesus classificou-se também como tal (João 7.37-39) A agua prometida por Jesus representa a vida sobrenatural. Nessas imagens , Jesus dava continuação às do Antigo Testamento , onde bênçãos divinas (Salmos 1.3; 17;8 , 23.2), e ainda mais os bens messiânicos (Isaias 11:3-9; 32:2-20) são descritos em de aguas abundantes, ou em termos que transmitem vida e fertilidade . É natural representar o desejo pelas bênçãos divinas como uma sede ou anelo (Salmos 63:2 – 143-6). Em Provérbios 5.15 “beber da própria cisterna significa não ter relações com mulher alheia; Agua corrente é símbolo daquilo que passa e não volta mais (Jó 11:16). Idêntico sentido tem a  metáfora da agua derramada que não pode ser mais recolhida. Nos períodos chuvosos ., os córregos podiam transbordar e ameaçar propriedades. Por isso as vezes simboliza um inimigo perigoso que se aproxima  
O termo Água da Vida é utilizado no contexto de água viva. 37: A festa dos tabernáculos constitui o pano de fundo para a aparição e o pronunciamento público de Jesus. Até o exílio era comemorada sempre no final do ano após a colheita (Êx 23.16). Depois do exílio passou a ser festejada entre os dias 15 a 21 de julho (Ez 45.25) e foi ampliada em mais um dia da tora (Lv 23.34 ss). O grande dia da festa em João 7.37 provavelmente é o sétimo e não o oitavo dia, posteriormente acrescido à festa. Levava o nome de o grande Hosana. Acreditava-se que neste dia ocorreria o juízo final e que neste mesmo dia Deus determinava todos os anos os dias de chuva do próximo inverno.
Os tabernáculos que deram nome à festa, provavelmente no princípio não passavam de choupanas em que os judeus moravam durante a colheita e onde festejavam após o trabalho. Depois da centralização do culto em Jerusalém, a festa dos tabernáculos se transformou numa das três grandes festas de peregrinação, quando então o povo confluía para o templo de Jerusalém. Também aí viviam em choças construídas com ramos, que agora associavam a uma lembrança salvífica, qual seja, que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito (Lv 23.43). Ainda segundo Josefo, a festa dos tabernáculos representava a festa maior e mais sagrada entre os judeus. Era uma festa onde se celebrava a alegria e onde se bebia o mosto da vindima do ano. Era a festa das libações. E na segunda noite circundavam em grande procissão, com tochas nas mãos, as cisternas de onde buscavam a água para o ritual das libações. Por sete dias se ofertava água no sacrifício da manhã no altar de holocaustos. Embora ninguém bebesse desta água, relacionava-se Isaías 12.3 com esta cerimônia: Vós com alegria tirareis água das fontes da salvação. Assim a oferta matinal de água mantinha viva a expectativa escatológica da salvação, segundo a qual, nos últimos dias, brotaria a fonte da água viva dentro do templo, abastecendo todo o mundo (Ez 47.1-12) e removendo o pecado e a impureza (Zc 13.1). O júbilo festivo explicava-se com o derramamento do Espírito Santo sobre os fiéis (veja Bultmann e Die Bibel und ihre Welt).
A aparição pública de Jesus no dia final desta festa tem sentido profético: No lugar da oferta de água característica para a festa dos tabernáculos, que era interpretada como representação simbólica da abundância de água nos tempos escatológicos e como antecipação do recebimento escatológico do Espírito, surge Jesus como o Doador da água viva, da água do Espírito (Bultmann, p. 230). Pois a fala de Jesus contém uma crítica profética violenta à festa, à medida que ele apresenta sua pessoa sobrepujando e substituindo-a (cf. 4.21-24). Que Jesus questiona a festa já se evidencia no momento em que se dirige àqueles que estão sedentos, como se houvesse uma situação de carestia, justamente quando Israel por sete dias seguidos se havia alegrado perante o Senhor (Lv 23.40). Mas Jesus contrapõe e sobrepõe a sua própria pessoa a este ritual solene.
O v. 38 interpreta a aproximação de Jesus e o ato de beber dos sedentos como manifestação de fé. Àquele que crê em Jesus se promete algo que ultrapassa de longe o simples saciar da sede. Quem estava sedento se transformou em alguém que tem condições de oferecer água aos outros: Do seu interior fluirão rios da água viva. Este tema de rios de água viva atravessa a Bíblia desde o rio do Éden que se repartia (Gn 2.10) até ao rio da água da vida que encontramos em Apocalipse 22.1. Mas é em João 7.38 que este mesmo tema assume um enfoque radicalmente antropológico: Dos homens que crêem em Jesus fluem rios de água viva. Mesmo que nesta versão o tema em parte perca em clareza, continua ainda compreensível seu conteúdo simbólico: o crente a quem Jesus dá água para beber torna-se, ele próprio, manancial de rios de água viva (cf. Jo 4.10). A fé nos liga àquele que dispõe de maneira criativa e livre sobre a vida (Jo 5.26; 10.17s) e guarda em si mesmo a vida (Jo 1.4): graças a este relacionamento podem emanar rios de água do fiel. O fiel não só tem condições de ceder aos outros tais qual uma cisterna cede um bem que possui em si mesmo, mas pode compartilhar com o outro algo imensamente maior, porque está imbuído da força que provém da origem da vida. Assim a dádiva salvífica de Jesus se reproduz no mundo, de maneira múltipla, através dos fiéis.
O v. 39 afirma que se trata de um acontecimento futuro, que se realizará através do derramamento do Espírito Santo, que os crentes receberão após a glorificação de Jesus. Com isso a nossa atenção se desloca da reunião festiva para a cruz, onde Jesus precisa completar ainda a sua obra. Sua exaltação na cruz e junto ao Pai representa a sua glorificação e como tal constitui o pré-requisito para a encarnação do Espírito nos seus discípulos. Assumirão o seu ministério (Jo 17.17; 20.21 s) e estarão autorizados a continuar suas obras, sim, até farão obras maiores do que ele fez (Jo 14.12). O Espírito ajusta a práxis dos discípulos à norma que o próprio Jesus terreno estabeleceu e concretizou quando deu a sua vida por nós: assim possibilita que nos doemos mutuamente em amor fraternal (Jo 15.12s; 1 Jo 3.16) e exerçamos um ministério cristão que corresponda ao exemplo vivo de Jesus (Jo 13.1ss). Através da referência codificada ao destino de Jesus, a promessa dada aos crentes de que deles emanarão rios da água viva adquire seu sentido preciso dentro da teologia da cruz.va, especificamente nas passagens do Apocalipse (Apocalipse 21:6 e Apocalipse 22:1), assim como no Evangelho de João. Nelas, o termo "Água da Vida" se refere ao Espírito Santo.

3 - Quem beber “da fonte da aguá da vida do seu interior fluirão rios de água viva”.


A última  expressão  da narrativa que descreve a eternidade e a comunhão com Deus é: “Quem tem sede, venha! Quem desejar receba gratuitamente da água da vida! (cf. Ap 22,17).
Todas as idades são bem vindas. Ambos os sexos são convidados. Nenhuma raça é excluída. Vilões. Malandros. Desonestos e ingênuos. Todos bem vindos. Você não precisa ser rico para beber, religioso para beber, bem sucedido para beber; você simplesmente precisa seguir as instruções do que – ou melhor, quem – beber. Ele. Para que Jesus faça o que a água faz, você precisa deixá-lo penetrar em seu coração. Fundo, bem fundo.
Incorpore-o. Ingira-o. Acolha-o bem nos trabalhos secretos de sua vida. Deixe Cristo ser a água de sua alma.
Tanto o Espirito e, como sua noiva, a igreja , estendem o convite a todo o mundo, para vir a Jesus e experimentar a alegria da salvação em Cristo.
Quando Jesus encontrou-se com a mulher samaritana ao lado do poço. Ele lhe contou a respeito da agua que podia lhe oferecer. Essa imagem é usada novamente quando Cristo convida todas as pessoas a vir a Ele e beber da agua da vida. As Boas Novas não tem limite em seu escopo – todas as pessoas, de todos os lugares poderão vir. A salvação não pode ser recebida como um pagamento por algo que façamos, mas Deus concede gratuitamente. Vivemos em um mundo desesperadamente sedento pela agua viva, e muitos estão morrendo desta sede. Mas ainda não e tarde demais. Convidemos pras vir e beber.   
 Há um sentido duplo no pensamento de que a igreja é “uma fonte de água que jorre para a vida eterna.” Primeiro, à medida que tomamos a água da palavra da Verdade e permitimos que faça sua obra de santificação, ela chega a ser uma parte de nosso ser. Isto ocorre tanto que a palavra da Verdade se demonstra ainda mais, “jorrando,” por nossas palavras, atos, e exemplos o um com o outro e com o mundo. Este processo de desenvolvimento, fielmente realizado, conduz-nos à “vida eterna.” Segundo, a igreja glorificada, no futuro reino de Cristo, dará esta mesma água da Verdade a toda a humanidade. Todos os que têm “sede” (Veja-se Apoc. 22:17) por ela, e são santificados por ela, serão conduzidos então à “vida eterna” aqui na terra.
A eternidade é figurada pela cidade de Deus, na qual corre um grande rio. João  vê o  céu aberto e ouve um rumor de muitas águas, como harpistas que dedilham suas harpas (cf. Ap 14,2).
O  louvor de toda a humanidade a  Deus é  como  o  rumor de águas caudalosas (cf. Ap 19,6). No novo céu e na nova terra, a cidade de Deus é banhada por um rio de água viva e quem tem sede será por Deus saciado com a água da vida (cf. Ap 21 6. 22,1). A última expressão da narrativa que descreve a eternidade e a comunhão com Deus é: “Quem tem sede, venha! Quem desejar receba gratuitamente da água da vida! (cf. Ap 22,17).
Quando permitimos que o Senhor derrame do Seu Espírito sobre nós, tudo se transforma:
a) a terra seca torna-se produtiva; 
b) as feridas do coração são fechadas; 
c) a angústia da incerteza é aniquilada; 
d) coloca glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado (Is 61.3).

n‘Ele a fonte de água viva 

Pr. Marcos Serafim Silva 

Fontes:
http://www.brasilescola.com/geografia/agua.htm 
http://corpoacorpo.uol.com.br/dieta/nutricao/veja-10-beneficios-da-agua-para-a-pele/3069
http://www.mundosustentavel.com.br/wp-content/uploads/2011/05/agua.pdf 
http://www.monergismo.com/textos/chspurgeon/spurgeon_31dez_mat.htm
http://www.jovensredentoristas.com/FORMACAO/3.Espirito%20Santo/3.2.pdf 
http://icmbelavista.comunidades.net/index.php?pagina=1764567609
http://www.montesiao.pro.br/ 
http://drauziovarella.com.br/noticias/cinco-bons-motivos-para-nao-deixar-de-tomar-agua/
Comentario-Russell-Norman-Champlin-Ph-D-Volume-6