16 de jul. de 2016

Verdades do Evangelho



Verdades do Evangelho

Introdução – Definindo a palavra Evangelho  

Evangelho uma palavra usada somente no NT para denotar a mensagem de Cristo.
O termo gr. evangelion, significando “boas novas”, tomou-se um termo técnico para a mensagem essencial da salvação. Ela é modificada por várias frases descritivas, tais  como, “o evangelho de Deus” (Mc 1.14; Rm 15.16), “o evangelho de Jesus Cristo* (Mc 1.1; 1 Co 9.12), “o evangelho de seu Filho” (Rm 1.9), “o evangelho do Reino” (Mt 4.23; 9.35;24.14), “o evangelho da graça de Deus” (At 20.24), “o evangelho da glória de Cristo” (2 Co 4.4), “o evangelho da paz” (Ef6.15), “evangelho eterno” (Ap 14.6). Embora aspectos instintos da mensagem sejam indicados por vários modificadores, o Evangelho é essencialmente um. Paulo fala de “um outro evangelho" que não é um equivalente, pois o Evangelho de Deus é sua revelação, e não o resultado da descoberta (GAL.6-11). O conteúdo do Evangelho é claramente definido no NT. E a mensagem proclamada e aceita da igreja cristã, pois foi recebida por todos os crentes, defendida por seu raciocínio, e constitui uma parte vital de sua experiência.
É histórica em seu conteúdo, bíblica em seu significado, e transformadora em seu efeito. “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras... foi sepultado, e... ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras... foi visto por Cefas...”, são as palavras descritivas de Paulo (1 Co 15.1-6).
O Evangelho não é uma adição imprecisa de lendas antigas a respeito de Jesus, mas um conjunto bem organizado de ensinos sobre sua vida e seu significado, pregado por líderes da igreja primitiva na primeira geração após sua morte. Embora Ele não estivesse reduzido a uma formulação “catequética”, era suficientemente uniforme para ser refletido nos escritos de Mateus, Marcos e Lucas, agora chamados de Evangelhos Sinóticos.
Uma forma diferente da mesma pregação aparece no Evangelho de João. Por causa da qualidade e conteúdo únicos da mensagem, os escritos que o formam foram chamados de “Evangelhos”. É provável, porém, que o uso técnico deste termo não apareça nas passagens narrativas do NT. Quando ele é usado, refere-se, invariavelmente, ao conteúdo ao invés do veículo; a aplicação do termo “Evangelho” à obra escrita é posterior ao século I d.C.
A verdade central do Evangelho é que Deus forneceu um modo de salvação para os homens ao dar seu Filho para o mundo. Ele sofreu como um sacrifício pelo pecado, venceu a morte, e agora oferece a oportunidade de compartilharmos seu triunfo; esta bênção está disponível a todos aqueles que o aceitarem. O Evangelho é uma boa nova porque  é uma dádiva de Deus, e não algo que deva ser ganho por penitência ou por meio de alguma melhoria pessoal (Jo 3.16; Rm 5.811; 2 Co 5.14-19; Tt 2.11-14). O Evangelho apresenta Cristo como o mediador entre Deus e os homens, que foi ordenado por Deus para trazer uma humanidade desviada e pecadora de volta a si.

Evangelho (A Palavra)

Une da palavra:
1. No grego mais antigo, em Homero, significa recompensa por trazer boas novas 
2. No Antigo Testamento há dois usos: novas propriamente ditas, e o sentido de n° 1 do grego antigo.
3. Termo técnico para «boas novas de vitória». 
4. No culto imperial, era usadas para designar as proclamações do imperador divino, proclamações de boas novas que davam vida ou salvação ao povo.
5. No grego mais antigo e posteriormente, significava «sacrifício oferecido por causa das boas novas». 
6. Na Septuaginta e em outras obras de um grego mais recente, significava as próprias «boas novas» (II Reis 18:20,22,25).
7. Novo Testamento, as boas novas falam do reino de Deus, da mensagem de Deus aos homens, do perdão de pecados, da esperança. Nos escritos de Paulo o termo significa boas novas, especialmente em relação às igrejas; o plano de Deus para a igreja, o destino e grande privilégio da mesma, incluindo os meios de salvação, o perdão de pecados, a justificação etc., como elementos que são incorporados nas boas novas.
8. Título dos Evangelhos. O termo Evangelho para designar cada um dos Quatro Evangelhos começou nos escritos dos pais apostólicos. Os próprios Evangelhos não têm este uso.
De modo geral, pode-se afirmar que a palavra tem atravessado três épocas no decorrer da história:
1. Nos antigos autores gregos: recompensa por trazer boas novas.
2. Na Septuaginta e outras obras: as próprias boas novas.
3. No Novo Testamento: as boas novas de Cristo, ou então os livros que apresentam as boas novas sobre Jesus. A palavra «evangelho», como titulo do livro de Mateus, não foi usada pelo seu autor com esse sentido especifico, referindo-se ao livro em si, mas muitos autores posteriores têm usado a palavra dessa forma.

1- O Evangelho é único 
O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.(Gálatas 1:7-9)

 Num nítido jogo de palavras em grego, Paulo declara ironicamente que eles se voltaram para outro (heteros) evangelho, o qual não é outro (allos,). Seus oponentes diziam que o que ensinavam era um evangelho, querendo dizer logicamente que era superior ao que Paulo pregara. Por um momento, o apóstolo aceita a afirmação. Mas diz que o que pregam é heteros evangelho — “de tipo diferente”. Não é um evangelho allos — “do mesmo tipo”. Em seguida, Paulo ressalta as razões específicas por que não era outro evangelho do tipo que tinham recebido; na realidade, não era evangelho coisa alguma. O verdadeiro evangelho é “boas-novas” — especificamente as boas-novas de salvação. Os oponentes de Paulo os inquietavam (tarasso).  A intenção era agitar, perturbar e desestabilizar os gálatas. Ao inquietar estes novos-convertidos, eles queriam transtornar (metastrepho, lit., “arruinar”) o evangelho de Cristo. O que ensinavam não era absolutamente evangelho, mas tentativa velada de destruir o evangelho de Cristo que é as “boas-novas” de que, por Cristo, há libertação deste século mau (cf. 4). Como Paulo argumentará depois com mais detalhes, o resultado dessa mensagem era só escravidão e servidão em contraste com a libertação e liberdade que os gálatas encontraram mediante a graça, pela fé. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (8). Paulo estava tão convencido de que não havia outro evangelho que invocou a maldição de Deus sobre si mesmo — ou até sobre os anjos do céu —, caso eles “pregassem um evangelho diferente (gr., para) daquele que vos pregamos”(cf. BJ, CH). Estas palavras não eram um discurso inconsequente ou mera retórica. A pessoa da herança e educação de Paulo teria profundo respeito por votos solenes e maldições. Ser anátema (cf. “amaldiçoado”, NTLH; “maldito”, BAB; cf. CH) era fatal. A natureza séria do erro promulgado entre os gálatas é destacada por tal declaração. Paulo os avisara deste erro, talvez na primeira vez que lhes pregara. Por isso, os lembra: Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo . O contraste entre agora... vo-lo digo e já vo-lo dissemos torna bastante certo que ele não estava se referindo ao versículo anterior.
Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. O versículo 9 difere do versículo 8 no ponto em que é usado o pronome indefinido “alguém” no lugar do sujeito — Paulo ou um anjo. No versículo 8, a possibilidade é mais remota — “se nós” —, ao passo que neste versículo a construção gramatical sugere que tal possibilidade está acontecendo — “se alguém está”. E indiscutível que Paulo está se referindo ao que estava sendo feito na Galácia. Inicialmente, ele se usara como mera ilustração hipotética.
Em nossos dias de tolerância crescente na religião, a denúncia dogmática de Paulo soa um tanto quanto descabida. Claro que há o respeito pela crença dos outros e apoiamos a garantia de que ninguém sofra perseguição religiosa. Mas isto não significa que todos os caminhos levam a Deus. A oposição de Paulo não era um sectarismo estreito; era a preocupação sobre o meio fundamental de salvação. Ele estava convencido de que o curso que os gálatas estavam tomando os conduziria à escravidão espiritual — e quem saberia melhor que ele, que tinha vivido sob a lei? Só lhe resta condenar tal teologia — terminantemente. O seu Mestre não advertira que ele viera trazer espada (cf. Mt 10.34)? Nestes dias em que vivemos precisamos ouvir esta voz de certeza e convicção, bem como da verdadeira tolerância.


2- O Evangelho é abrangente 
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos 16:15) 

A incumbência que o Senhor Jesus lhes deu de estabelecerem o seu reino entre os homens, por meio da pregação do seu Evangelho, as boas-novas da reconciliação com Deus, por meio de um Mediador. 
A quem eles deveriam pregar o Evangelho. Até aqui, eles tinham sido enviados somente às ovelhas perdidas da casa de Israel, e estavam proibidos de ir pelo caminho das gentes (gentios), ou de entrar em qualquer cidade dos samaritanos (Mt 10.5). Mas agora, a comissão deles é ampliada, e eles têm autorização para ir a todo o mundo, a todas as partes do mundo, do mundo habitável, e pregar o Evangelho de Jesus Cristo toda criatura, tanto aos gentios como aos judeus; a toda criatura humana que seja capaz de recebê-lo. “Informem- lhes a respeito de Jesus Cristo, da história da sua vida, morte, e ressurreição; instruam-nos sobre o significado e o objetivo dessas coisas, e sobre os benefícios que os filhos dos homens têm, ou podem ter, através delas. E convidem-nos, sem exceção, a vir e compartilhar esses benefícios. Isto é o Evangelho. Que ele seja pregado em todos os lugares, a todas as pessoas”. Esses  onze homens não podiam pregar pessoalmente o Evangelho a todo o mundo, e muito menos a toda criatura que houvesse nele; mas eles, e os outros discípulos, que eram setenta, com aqueles que posteriormente se juntariam a eles, deveriam se dispersar em diversas direções, e, para onde quer que fossem, deveriam levar consigo o Evangelho. Eles deveriam enviar outros àqueles lugares aos quais não pudessem ir pessoalmente, e, em resumo, dedicar as suas vidas a enviar essas boas-novas para todas as partes do mundo, com a maior fidelidade e o maior cuidado possíveis, não como uma diversão, mas como uma mensagem solene de Deus aos homens, e como um meio de fazer os homens felizes. “Contem a tantos quantos puderem, e digam que contem a outros; é uma mensagem de interesse universal, e, por isso, deve ter uma acolhida porque ela oferece uma acolhida universal”. 
A visão abrangente do Evangelho serve também como ferramenta de evangelização, como meio de anunciar as boas novas (Marcos 16.15). Aliás, nunca podemos perder de vista que o “Ide” do Senhor Jesus é o ponto chave do Cristianismo abrangente, que de modo algum pode ser ofuscado ou deixado de lado. Isso porque, o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16).
Igualmente, a visão cristã de mundo é extremamente útil para o discipulado, para informar e amadurecer um verdadeiro adorador de Cristo com relação às implicações e ramificações da fé cristã. Ela oferece ao novo discípulo um patamar através do qual entendemos o mundo e toda a realidade, mediante a perspectiva divina, para assumir um estilo de  vida de acordo com a vontade de Deus.

3- O Evangelho é transformador  
Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. (Romanos 1:16)

O Evangelho é uma das mais poderosas armas de transformação. 
O apostolo São Paulo declara em Romanos 1.16 , que não se envergonhava porque pregava sobre as Boas Novas a respeito de Cristo, uma mensagem de salvação que tem o poder de transformar vidas e é destinada a todos , sem exceção.   
No evangelho segundo escreveu São Lucas no capitulo 19 , nos mostra uma historia de verdadeira transformação pelo evangelho.
A narrativa deste texto nos fala de um chefe dos publicanos chamado Zaqueu, seu nome significa "o justo", mas esse supervisor de coletores de impostos não fazia jus a seu nome. Por certo, a comunidade judaica em Jericó não o considerava justo, uma vez que não apenas arrecadava impostos do proprio povo, como também trabalhava para gentios impuros.
Além do mais, os publicanos tinham a fama de recolher mais impostos do que era devido; quanto mais arrecadação , maior seria sua renda (Lc.3:12,13). Ainda que, aos olhos dos judeus, Zaqueu não passava de um traidor, aos olhos de Jesus era um precioso pecador perdido.
É interessante ver as transformações pelas quais Zaqueu passou naquele dia em decorrência da visita de Jesus a Jericó.
No Oriente, não era  comum um homem adulto correr, especialmente um funcionário público de posses . Zaqueu, no entanto, correu pela rua como um garotinho seguindo um desfile e até subiu numa árvore! Sem duvida , a curiosidade é uma das características da maioria das crianças e, nesse dia, Zaqueu deixou-se levar por sua curiosidade.
João Calvino disse " A curiosidade e a simplicidade são uma especie de preparação para a fé"
Zaqueu pensou que estava procurando Jesus (Lc. 19.3), mas na verdade era Jesus quem o procurava ! Não é proprio da natureza do pecador perdido buscar o Salvador (Rm 3.11). Não sabemos de que forma Deus trabalhou no zeu coração a fim de prepará-lo para esse encontro com Jesus.
Não era culpa de Zaqueu ser de pequena estatura e não conseguir ver acima da multidão. Ele fez o que estava ao seu alcançe para superar a desvantagem de ser pequeno, colocando de lado sua dignidade e subindo numa árvore.
Ninguém é capaz de atingir os parâmetros elevados de Deus; somos todos pequenos demais para entrar nos céus.
Zaqueu creu em Jesus Cristo e se tornou um verdadeiro "filho de Abraão, ou seja, um filho na fé. É impossivel ser maior do que isto!
O povo pensava que Zaqueu era um homem rico,mas, na verdade, era apenas um pecador falido que precisava receber de Deus a dádiva da vida eterna, o presente mais precioso do mundo. Esse é o unico caso nos quatro Evangelhos em que vemos Jesus se convidando para ir à casa de alguém.
Zaqueu não foi salvo porque prometeu fazer boas obras, mas sim porque respondeu pela fé ao convite do bom Salvador.
De acordo com a Lei mosaica, se um ladrão confessava voluntariamente seu crime deveria restituir o que havia roubado com um acrescimo de 20% e levar uma oferta pela culpa ao Senhor (Lv 6.1-7).
Zaqueu não discutiu os detalhes da Lei ; em vez disso, se ofereceu para pagar a indenização máxima, pois seu coração fora, verdadiramente, transformado.
Jesus convidou-se para visitar Zaqueu, e este por sua vez, recebeu-o com alegria. Zaqueu tornou-se um convidado na própria casa, pois agora Jesus era seu Senhor.
Dispôs-se a obedecer e a fazer o que fosse para dar testemunho verdadeiro diante do povo. Por certo, houve quem criticasse Jesus por visitar a casa de um publicano, mas Jesus não atentou para essas palavras. Para Zaqueu, aquele dia terminou em alegre comunhão com o Filho de Deus , pois o publicano havia sido transformado e tinha diante de si uma nova vida.
A verdade é que o Evangelho tem o poder transformador de vidas, todos quanto se chegarem a Cristo independentemente de suas ações anteriores são restaurados pelo poder salvador do Evangelho.

4-  O Evangelho é renúncia  
E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. (Mateus 16.24)

Negar-se a si mesmo não significa negar coisas materiais, mas sim se entregar inteiramente a Cristo e compartilhar de sua humilhação e morte. Paulo descreve esse processo em Romanos 12.1,2, em Filipenses 3.7-10 e em Galátas 2.20. Tomar a cruz não significa carregar fardos ou ter problemas . Tomar a cruz significa identificar-se com Cristo em sua rejeição , vergonha, sofrimento e morte.
Seguir a Jesus exige um novo rumo de vida , que precisa ser voluntario e espontâneo em direção a Ele, com a renuncia do eu até a morte.
Os cristãos seguem o seu Senhor, imitam seu modo de vida e obedecem às suas ordens. Tomar a cruz significava levar o instrumento de execução até o lugar da crucificação.Muitos galileus haviam sido mortos deste modo pelos romanos .
Aplicado aos discípulos , "levar a cruz" significa identificar-se completamente com a mensagem de Cristo mesmo que isso implicasse a morte. Devemos negar o desejo egoísta de usar nosso tempo e dinheiro como nos apraz e de escolher uma direção na vida sem levar em conta a vontade de Cristo. Seguir a Cristo nesta vida pode ser caro, mas no final, a dor e o esforço serão amplamente recompensados.
“Renuncie-se a si mesmo”. Pedro aconselhou Cristo a ter compaixão de si, e estaria disposto, num caso semelhante, a considerar o conselho, mas Cristo diz a todos eles que não devem se compadecer de si mes­ mos, mas sim renunciarem a si próprios. E assim, devem seguir a Cristo, pois o seu nascimento, e a sua vida e morte, são todos um ato contínuo de renúncia a si mesmo e humilhação (Fp 2.7,8). Se renunciar a si mesmo é uma lição árdua, contra a natureza da carne e sangue, não é mais do que o nosso Mestre aprendeu e praticou antes de nós e por nós, para a nossa redenção e também para a nossa instrução; e “não é o servo maior do que o seu se­ nhor”. Observe que todos os discípulos e seguidores de Jesus Cristo devem renunciar a si mesmos. A lei funda­ mental para a admissão na escola de Cristo, e a primeira e maior lição a ser aprendida nessa escola, consiste em renunciarmos a nós mesmos; é a porta e, ao mesmo tem­ po, o caminho estreito; isto é necessário para aprender­ mos todas as outras boas lições que nos são ensinadas. Nós devemos renunciar a nós mesmos completamente, não devemos admirar a nossa própria sombra, nem sa­ tisfazer os nossos caprichos; não devemos confiar em nosso próprio entendimento, nem procurar os nossos próprios interesses, nem permitir que a satisfação de nosso ego seja o nosso maior objetivo. Devemos renunci­ ar a nós mesmos comparativamente; devemos renunciar a nós mesmos dedicando-nos a Cristo, à sua vontade e glória, e ao serviço dos seus interesses no mundo; deve­ mos renunciar a nós mesmos pelos nossos irmãos, e pelo bem deles; e devemos renunciar a nós mesmos em nosso próprio benefício, ou seja, renunciar aos apetites do cor­ po em benefício da alma. 
Uma das expressões mais significativas de Jesus (cf. 10.38; Mc 8.34; Lc 9.23; 14.27) é encontrada no versículo 24. Não era só Cristo que deveria enfrentar a Cruz, mas tam­ bém os seus discípulos. Existe todo um sermão envolvido nesse versículo. O Mestre disse: Se alguém qui­ ser vir após mim - uma linguagem rabínica para “ser meu discípulo” - deve primeiro renunciar a si mesmo. “Renuncie-se a si mesmo” é a frase que está escrita na porta de entrada do Reino de Deus. Todo cristão deve se humilhar, renunciar aos seus pecados e negar a si próprio para entrar. Em seguida, deve tomar sobre si a sua cruz. Isso signi­ fica a morte do eu, ser crucificado com Cristo (Rm 6.6; G12.^0), isto é, uma renúncia total da vontade própria, e uma entrega à vontade de Deus. Bonhoeffer escreveu: “O discipulado significa adesão à pessoa de Jesus e, portanto, submissão à lei de Cristo, que é a lei da cruz”.85 Renuncie-se a si mesmo e tome sobre si estão no tempo aoristo e sugerem as crises da conversão e da completa consagração. Siga-me está em um tempo presente, de ação contínua, e enfatiza o compromisso que cada cristão tem de seguir a Cristo, um compromisso que deve durar a vida toda. Tudo isso está sugerindo que o único caminho para a vida é através da: 1) Renúncia de si mesmo (regeneração); 2) Morte do “eu” (santificação total); 3) Determinação pró­ pria (Siga-me). 
A expreesão paulina "Não vivo mais , mas Cristo vive em mim, nos remete a pensar na vida de renuncia, ou seja, deixem que Cristo seja visto em nós.

n'Ele , o eterno Evangelho

Marcos Serafim Silva 

Bibliografia:
Comentário Bíblico de Beacon
Comentário Bíblico de Mattew Henry – Volume 5 
http://www.cpadnews.com.br/blog/valmirnascimento/enfoque-cristao/77/por-que-e-importante-compreender-o-cristianismo-como-uma-visao-de-mundo-abrangente.html 
Bibliografia . Gerhard Friedrich, ‘‘Euaggelizomai etc”., TDNT, II, 707-737,
Biblia de Estudo de Aplicação Pessoal 
Wiersbe, Warren W. Comentário Biblico Expositivo: Novo Testamento : Volume I